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Autonomia médica não dá direito de prescrição do kit Covid, diz AMB

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Autonomia médica não dá direito de prescrição do kit Covid, diz AMB

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Por: Pesquisa Web

O novo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, explicou que a autonomia do médico não lhe dá o direito de prescrever remédios ineficazes contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A referência é em relação ao uso de remédios do chamado kit Covid — que incluem medicamentos como a hidroxicloroquina e a ivermectina.

Em entrevista ao G1, o médico explicou que pacientes receberem receita com os medicamentos do kit devem buscar uma segunda opinião. As declarações ocorrem após a entidade mudar de posicionamento sobre o uso dessas drogas.

 “Eu acho que o princípio do trabalho do médico — que eu acho válido, merece todo o nosso respeito — é dar autonomia de decisão ao médico. Mas essa autonomia não lhe dá, a meu juízo, o direito de fazer uso de medicações que não tenham eficácia”, afirmou Fernandes ao portal.

Ele ainda completa: “Não me sinto nem confortável para dizer ‘não siga a orientação do médico que lhe deu’. A minha opinião é que ele não deve tomar essas medicações, mas eu não quero ser leviano”, explicou.

Em julho de 2020, a AMB defendeu o uso dos medicamentos. À época, a entidade disse que “o derby político em torno da hidroxicloroquina deixará um legado sombrio para a medicina brasileira, caso a autonomia do médico seja restringida, como querem os que pregam a proibição da prescrição da hidroxicloroquina”.

A associação também disse que, até então, os estudos que apontavam a ineficácia da hidroxicloroquina para a Covid tinham “fragilidades”.

Presidente da entidade desde janeiro, Fernandes preferiu não comentar as decisões da gestão anterior. Ele afirmou que, com a nova diretoria, um comitê de monitoramento da Covid-19 foi montado dentro da associação. Depois de analisar evidências científicas, o grupo decidiu, de forma unânime, que elas não sustentavam o uso da hidroxicloroquina e outros medicamentos do “kit”.

“Em tratamentos farmacológicos e médicos, nós temos que nos basear, primeiro, no que chamamos de não maleficência, ou seja, de que a medicação ou o procedimento não traga agravos à saúde da pessoa. Em outras palavras, da segurança”, salientou.

Mudança

Entidades médicas reunidas pela AMB emitiram uma nota, na terça-feira (23/3), pedindo o banimento do chamado kit Covid para prevenção e tratamento da infecção causada pelo coronavírus.

As 80 sociedades que assinam o documento voltam a afirmar que é necessário distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras, além de vacinação urgente para todos os brasileiros, para controlar a epidemia.

“Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida“, destacou em comunicado. A informação é do Metrópoles*

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