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No Brasil, 35% dos jovens entre 18 e 24 anos não estuda nem trabalha

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No Brasil, 35% dos jovens entre 18 e 24 anos não estuda nem trabalha

Apelidada de "Geração Nem-Nem" é uma preocupação entre cientistas políticos no país

Por Camaçari Notícias

Um dos maiores problemas sociais do Brasil em 2022 está acontecendo na camada mais jovem da população, fenômeno que tem sido acompanhado pela mídia em sites como o jornal365.com. Nesta semana, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou um dado alarmante sobre a situação do brasileiro entre 18 e 24 anos. Mais de um terço das pessoas nessa faixa etária não estuda, nem trabalha.

O estudo divulgado pela entidade no estudo intitulado relatório Education at a Glance 2022 mostra que 35,9% dos jovens brasileiros estão nessa situação, algo extremamente preocupante. A análise se torna ainda mais complexa quando analisamos a média mundial, que é de cerca de 16%. Na comparação com outros países, o Brasil só perde para a África do Sul, que tem 46% dos seus jovens sem trabalhar e estudar.

A análise foi feita em países que integram a OCDE, uma organização mundial de cooperação econômica internacional fundada em 1991. O grupo permite a troca de informações e alinhamento de políticas entre os países-membros com o objetivo de potencializar o crescimento econômico dos países-membros.

Outro dado que preocupa os especialistas é o fato de que o jovem brasileiro é o segundo entre os países da OCDE que mais permanece na condição de desempregado e sem estudo. De acordo com o levantamento, dos que estão sem emprego e sem trabalhar no país, 5,1% se encontram nessa situação há mais de um ano.

"Esse grupo, dos que não trabalham e não estudam, deveria ser uma grande preocupação para os governos, já que alertam para uma situação negativa de desemprego e desigualdades sociais", explica o relatório.

"É essencial que os países tenham políticas para prevenir que os jovens se tornem parte desse grupo ou que busquem ajudá-los a encontrar um emprego ou voltem a estudar", reforça o documento.

Esse fenômeno já tem sido apontado por outras pesquisas ao longo dos últimos três anos, mostrando que o problema tem se tornado crônico na sociedade brasileira. Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do ano passado mostrou que, com dados da consultoria IDados, até o segundo trimestre de 2021, essa população representava 30% dos jovens dessa faixa etária, algo em torno de 13 milhões de pessoas.

Especialista em teoria econômica pela USP (Universidade de São Paulo), Michael França disse ao jornal Folha de S.Paulo que esse fenômeno é resultado de uma série de políticas públicas aniquiladas e da restrição de oportunidades no Brasil em decorrência da crise econômica que assola o país nos últimos anos.

"Não surpreende porque o país tem virado as costas para os problemas sociais e econômicos e eles estão se agravando. Esses jovens são o retrato da falta de oportunidade, são resultado de uma série de direitos que foram negados a eles", disse o especialista.

Para Marcelo Neri, pesquisador da FGV (Faculdade Getúlio Vargas), o futuro do Brasil está comprometido caso esse contingente populacional não seja acomodado de alguma forma na sociedade. "Logo, o futuro do país está comprometido pela falta de quantidade e pelo tratamento de baixa qualidade dado à juventude", afirmou ele ao Estado de S.Paulo.

De acordo com o relatório da OCDE, apenas 33% daqueles que acessam o ensino superior conseguem terminar a graduação dentro do tempo previsto e quase a metade só consegue concluir o curso após 3 anos do prazo inicial programado. O restante desiste da graduação ou conclui o curso em um período ainda maior.

 

 

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