Desigualdade racial na educação: negros ainda têm menos anos de estudo que brancos, diz IBGE

(Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a desigualdade racial na educação brasileira ainda é uma realidade preocupante.

Em 2023, a média de anos de estudo entre negros era de 9,2 anos, enquanto entre os brancos era de 10,8 anos. Essa diferença, de 1,6 ano, representa uma queda em relação a 2016, quando era de 2 anos.

No ensino fundamental, a taxa de negros no ciclo escolar adequado à sua faixa etária era superior à dos brancos. No entanto, no ensino médio, a situação se inverte. Apenas 71,5% dos negros de 15 a 17 anos estavam no ciclo escolar adequado, contra 80,5% dos brancos.

Segundo Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, o abandono escolar aumenta significativamente após os 15 anos, muitas vezes devido ao trabalho. Entre os negros com mais de 25 anos, apenas 48,3% haviam concluído o ensino médio, enquanto entre os brancos o percentual era de 61,8%.

A desigualdade se acentua no acesso ao ensino superior. Em 2023, apenas 19,3% dos negros de 18 a 24 anos cursavam uma graduação ou já tinham concluído a faculdade, contra 36% dos brancos.

A taxa de analfabetismo entre negros era de 7,1% em 2023, mais do que o dobro da observada entre brancos (3,2%). Entre os maiores de 60 anos, a diferença era ainda maior: 22,7% para negros e 8,6% para brancos.

Os dados da Pnad Contínua 2023 evidenciam a necessidade de políticas públicas que combatam a desigualdade racial na educação brasileira. É fundamental garantir o acesso e a permanência de negros em todos os níveis de ensino, com qualidade e equidade.

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