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Volta às aulas: Camaçari se prepara para retorno presencial

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Volta às aulas: Camaçari se prepara para retorno presencial

Aulas da rede municipal devem retornar no dia 02 de agosto

Por: Sheila Barretto

(Foto: Reprodução/Jean Victor)

Após mais de 1 ano, as escolas de Camaçari finalmente se preparam para receber alunos e professores de volta. O retorno das aulas presenciais ou semipresenciais vem sendo discutido e duas datas já foram estipuladas para uma possível retomada: 19 de julho para a rede particular e 02 de agosto, para a rede municipal. Além disso, o governo do Estado já determinou a volta às aulas da rede estadual no próximo dia 26.

Na semana passada, uma reunião foi realizada para discutir o tema. O prefeito Elinaldo Araújo (DEM) esteve com representantes dos conselhos e sindicatos municipais, além da secretária de Educação do município, para debater as estratégias de retorno. Um novo encontro está previsto para acontecer nesta sexta-feira (16).

Em entrevista ao Camaçari Notícias, a secretária de Educação, Neurilene Martins, contou que mesmo durante a pandemia, o município já vinha se preparando para as aulas presenciais. “Em dezembro de 2020 foi instituído o Comitê da Governança da Secretaria de Educação de Camaçari, para monitorar o Plano de Ação para Futuro Retorno às aulas presenciais, através do cumprimento do Protocolo Sanitário (que já foi publicado) e Protocolo Pedagógico (que será publicado em breve). Desde então, a secretaria tem colhido sugestões e contribuições para o futuro retorno junto à comunidade”.

“Nesse processo, as merendeiras receberam formação com foco na prevenção à Covid-19. As orientações seguiram o Guia de Recomendações para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no retorno semipresencial às aulas durante a pandemia da Covid-19, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)”.

Quanto à estrutura física das escolas, a gestora afirma que o Protocolo de Segurança Sanitário está sendo implantado em todas as unidades escolares da rede. “Totens de higienização estão sendo colocados nas 102 escolas, assim como sinalização de distanciamento social, obrigatoriedade do uso de máscaras e redução de números de alunos por sala de aula, a fim de evitar aglomeração e possível contágio”.

De acordo com a secretária, o protocolo inclui ainda medidas como aferição da temperatura na entrada da escola e a garantia do fornecimento regular e abastecimento de materiais de limpeza, da lavagem das mãos e preparações alcoólicas.

Porém algumas instituições ainda não estariam em condições de receber os estudantes. É o que afirma a vereadora, Professora Angélica (PP). Atuante na fiscalização das escolas, a parlamentar contou a nossa reportagem que até o mês de junho, muitas delas não estavam preparadas para o retorno às aulas presenciais. “Grande parte das escolas está sucateada, refeitórios e banheiros sem condições de uso, salas com teto sem manutenção, enfim. A secretaria precisa vistoriar todas as escolas para as devidas intervenções necessárias”.

Um dos pontos de maior discussão com relação às aulas presenciais, inclusive entre pais de alunos, é a questão da vacinação. Por enquanto, no Brasil, a Anvisa libera a aplicação das vacinas apenas para pessoas acima de 18 anos, desta forma, crianças e adolescentes estão fora da imunização. Cabe aos governos então, garantir a vacinação dos profissionais de educação, o que, segundo a secretária Neurilene, já foi feito. “Garantimos a vacinação de 100% dos docentes e não docentes do município”.

Porém a vereadora Professora Angélica destaca que o quadro vacinal destes profissionais precisa ser completado. “Além se seguir os protocolos sanitários preconizados pelo município, acho indispensável a vacinação completa de todos os trabalhadores da educação, pois sabemos que muita gente na área de educação ainda não foi vacinada, as pessoas que trabalham nas secretarias, o pessoal da limpeza, os vigilantes, e a maioria dos educadores, só tomou a primeira dose. Então a gente precisa realmente estar analisando se agora é o melhor momento para o retorno dessas aulas”.

Conversamos também com Márcia Novais, presidente do Sindicato dos Professores e das Professoras da Rede Pública Municipal de Camaçari (SISPEC). Ela conta que 50% dos profissionais devem ser vacinados com a segunda dose até o final do mês. “Já temos os profissionais de educação vacinados com a primeira dose, a partir do dia 26 de julho começa vacinação da segunda dose. A previsão da Secretaria de Saúde é que até 30 de julho tenha 50% dos profissionais vacinados, mas isso vai depender da chegada das vacinas”.

Márcia também comentou que o momento é de cautela e que a retomada terá que ser feita com muito cuidado. “O retorno presencial é um desafio, pois será necessário pensar em diversas dificuldades, desde o apoio psicológico a profissionais da educação aos educandos. Salientamos que durante o período de pandemia, a categoria não parou de trabalhar, pelo contrário, o trabalho remoto é muito mais desgastante que o presencial, pois muitas vezes não há horários definidos”.

“Os profissionais de educação, depois dos de saúde, é uma das categorias que mais sofreram, pois tiveram que se reinventar, aprender uma nova modalidade que é o ensino remoto. Junto com ele veio também diversas doenças psicológicas”.

O professor Edvaldo Jr. destaca dados do Unicef que apontam que o número de crianças e adolescentes que abandonaram a escola durante a pandemia já é superior a 5 milhões. “É uma tragédia! Talvez sejam incalculáveis os prejuízos para o futuro de toda essa geração. A escola pós-pandemia não pode ser a mesma anterior a ela. Serão necessários programas que visem aprofundar, reforçar e recuperar a vida escolar dos alunos”. O professor defende a implantação do ensino integral.

A retomada das aulas presenciais se tornou uma discussão necessária desde que os índices de contaminação pela Covid-19 começaram a cair. Em Camaçari, o número de casos ativos já é o menor registrado desde o início do ano e a taxa de ocupação dos leitos também se mantém em estabilidade.

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