Governo federal anuncia estudo para substituir agrotóxicos perigosos à saúde

O governo federal deu um passo importante para a promoção da saúde pública e da segurança alimentar no Brasil. Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (16), foi anunciado o início de um estudo voltado à substituição de agrotóxicos considerados altamente tóxicos, com foco na proteção da saúde dos brasileiros. A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), que será instituído oficialmente por portaria nos próximos dias.

A cerimônia contou com a presença de diversos ministros, incluindo Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), além de representantes de pelo menos sete Ministérios do governo federal.

O Pronara tem como objetivo restringir a produção, comercialização e o uso de agrotóxicos no país, buscando alternativas mais seguras e sustentáveis, como os bioinsumos. Estes produtos biológicos, feitos a partir de microrganismos e enzimas, são vistos como uma solução promissora para reduzir a dependência de substâncias químicas nocivas.

"Vamos nos debruçar sobre quais agrotóxicos e quais estímulos que serão desempenhados", afirmou Paulo Teixeira, destacando que o governo estuda até mesmo estímulos financeiros para incentivar produtores a adotarem práticas mais seguras e sustentáveis.

Márcio Macêdo reforçou a urgência de mudanças no setor, destacando que muitos agrotóxicos proibidos na Europa e em outras partes do mundo ainda são amplamente comercializados no Brasil. "Isso atenta contra a saúde do nosso povo e da nossa gente. Não estamos promovendo uma caça às bruxas, mas sim realizando estudos para uma substituição que nos leve a uma alimentação saudável", explicou o ministro.

A medida é vista como essencial para reverter o quadro alarmante de intoxicações por agrotóxicos no país. Dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental, do Ministério da Saúde, mostram que, nos últimos dez anos, mais de 124 mil pessoas foram atendidas em decorrência de intoxicação por essas substâncias.

O governo acredita que, com a adoção de políticas mais rigorosas e o apoio aos produtores para a transição para bioinsumos, será possível melhorar a qualidade dos alimentos consumidos pela população, ao mesmo tempo em que se protege a saúde pública e o meio ambiente.