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PT fortalece PEC contra jornada 6x1 e intensifica pressão sobre deputados de direita
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Entre os parlamentares da direita, a resistência ainda continua.
Por Camaçari Notícias
A proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir a jornada de trabalho 6x1 recebeu o apoio do PT nessa segunda-feira (11), seis meses após ser apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Contudo, a resistência entre os parlamentares de direita persiste.
Até domingo (10), 40 dos 68 deputados do PT haviam assinado o apoio à proposta, antes mesmo de o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), anunciar sua adesão formal, o que ocorreu somente na segunda-feira (11) após pedidos nas redes sociais no fim de semana. Partidos de esquerda, como PCdoB, PDT e PSOL, têm se mobilizado amplamente em favor da proposta, buscando reconectar com sua base eleitoral. No PSB, no entanto, apenas dois parlamentares assinaram o texto.
Entre os opositores, o apoio ainda é restrito. No PL, por exemplo, apenas um deputado assinou a PEC. Fernando Rodolfo (PL-PE) justificou seu apoio nas redes sociais, afirmando que os interesses do povo devem prevalecer sobre os interesses partidários. No entanto, ele também propôs uma jornada de trabalho 5x2, sugerindo um caminho para avançar com a proposta na Câmara. Em entrevista, Rodolfo criticou a politicagem em torno da proposta, argumentando que o país perde tempo sem discutir a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.
Enquanto a resistência persiste na Câmara, a proposta já acumulou mais de 1,6 milhão de assinaturas em uma petição online lançada por Rick Azevedo (PSOL-RJ), vereador eleito no Rio. Ele continua a mobilizar a opinião pública tanto nas redes sociais quanto nas ruas, por meio do movimento VAT (Vida Além do Trabalho).
A deputada Erika Hilton se diz confiante de que a PEC pode alcançar as 171 assinaturas necessárias para seguir adiante ainda nesta semana, destacando que, com a simplificação do debate, será difícil para a direita se opor, especialmente porque a proposta beneficia diretamente os trabalhadores. Segundo a deputada, até mesmo aqueles que frequentam templos religiosos seriam beneficiados pela redução da jornada.
Se aprovada na Câmara, a PEC precisará de 308 votos para seguir ao Senado, onde são necessários 49 votos favoráveis para a aprovação final. Caso a proposta seja ratificada, a nova jornada entraria em vigor dentro de até 360 dias.
A proposta também surge como uma oportunidade de reaproximação do PT com os trabalhadores, um tema que já vinha sendo discutido dentro do partido. Segundo Camila Jara (PT-MS), presidente do PT, o presidente Lula, em março, destacou a necessidade de focar em pautas que conectem o partido com a classe trabalhadora. Esse esforço foi reforçado após os resultados das eleições municipais, em que o Centrão teve grande influência, o que aumentou a urgência de uma proposta que atendesse às necessidades da população trabalhadora.
A PEC propõe reduzir o limite máximo de horas semanais de trabalho de 44h para 36h e limitar a jornada de trabalho a quatro dias por semana. Atualmente, a legislação permite que o trabalhador tenha uma carga de até 8h diárias e 44h semanais, mas não proíbe que ele trabalhe seis dias consecutivos, desde que respeite o limite de horas. A proposta também assegura que os salários não sejam reduzidos, com a justificativa de proteger os trabalhadores de perdas salariais indiretas.
A PEC destaca que a jornada de trabalho 6x1 é prejudicial à qualidade de vida, saúde, bem-estar e relações familiares, propondo uma mudança fundamental para o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
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