Protesto na Câmara Municipal de Salvador cobra providências após morte de mulher em UPA do Pau Miúdo

Na sessão ordinária desta quarta-feira (12), a Câmara Municipal de Salvador (CMS) foi palco de um protesto protagonizado por um homem que exigia respostas e ações das autoridades locais após a morte de uma mulher dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro de Pau Miúdo. O ato, liderado por Muzenza, um líder comunitário, gerou tensão na Casa Legislativa e culminou com a intervenção da Polícia Militar a pedido do presidente da sessão, Maurício Trindade (PP), que solicitou a retirada do manifestante do recinto.

O protesto foi uma reação à trágica morte de Adnailda Souza Santos, de 43 anos, que faleceu na terça-feira (11) enquanto aguardava atendimento na UPA. Segundo relatos, a mulher teria implorado por oxigênio durante o atendimento, gritando desesperadamente: "Eu não quero morrer, por favor, me bote no oxigênio", como mostrado em um vídeo que circulou nas redes sociais.

Em entrevista, Muzenza explicou que sua presença na Câmara tinha como objetivo cobrar dos vereadores "providências" diante da situação, que ele classificou como um "desrespeito com a vida humana". O líder comunitário afirmou que a morte de Adnailda não pode ser tratada como um caso isolado e que a população do Pau Miúdo exige uma postura mais firme das autoridades para evitar novos episódios como este.

O protesto, que se desenrolou durante a sessão, gerou discussões acaloradas e expôs a indignação da comunidade em relação à falta de recursos e à precariedade do atendimento na UPA. Muzenza destacou ainda a necessidade de um acompanhamento mais próximo das condições das unidades de saúde, bem como uma fiscalização rigorosa por parte dos vereadores.

A intervenção da Polícia Militar foi vista como um ponto controverso, com alguns vereadores criticando a atitude de Trindade e outros apoiando a decisão, dada a natureza do protesto. O episódio deixou claro que a questão da saúde pública continua sendo um tema central e polêmico para a população de Salvador, especialmente nas periferias da cidade.

A Câmara Municipal, por sua vez, se comprometeu a discutir a situação nas próximas sessões, embora ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre a cobrança feita por Muzenza e outros membros da comunidade. O caso de Adnailda Souza segue repercutindo, com a população clamando por justiça e melhorias no sistema de saúde pública da cidade.