Trump impõe tarifa de 10% sobre produtos do Brasil; governo Lula promete reação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a imposição de tarifas de importação de 10% sobre produtos oriundos do Brasil. A medida faz parte de um amplo pacote de tarifas sobre produtos importados, denominado pelo republicano como "tarifaço global".

De acordo com Trump, a iniciativa busca impulsionar a produção doméstica e corrigir o que seu governo classifica como práticas comerciais desleais. A primeira medida anunciada no pacote foi a taxação de 25% sobre automóveis importados de países europeus e asiáticos, que entra em vigor a partir desta quinta-feira (3). "A partir de meia-noite, nós vamos impor tarifa de 25% para todos os automóveis importados", declarou Trump.

O tarifaço foi uma das promessas de campanha do presidente e tem sido chamado por ele de "Dia da Libertação", pois, segundo Trump, ajudaria os Estados Unidos a reduzir sua dependência de importações e fortalecer a indústria nacional.

No Brasil, a decisão gerou preocupação em setores que já enfrentam barreiras comerciais, como o de aço e alumínio, que estão sob tarifas desde março. O governo brasileiro indicou que pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e avaliar medidas de retaliação contra produtos norte-americanos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão e garantiu que o Brasil não ficará sem resposta. "Não aceitaremos essa imposição sem reagir à altura", afirmou o mandatário brasileiro.

Ainda não foram detalhadas quais serão as possíveis represálias do Brasil, mas especialistas apontam que setores como agronegócio e tecnologia podem ser alvo de medidas retaliatórias.

A expectativa agora é sobre os próximos passos do governo brasileiro e se haverá espaço para negociações diplomáticas que possam mitigar os impactos da nova tarifa imposta pelos Estados Unidos.