Bule-Bule homenageia Camaçari: ‘É a mansão do futuro e a chave está nas nossas mãos’

Antônio Ribeiro da Conceição, mais conhecido como Bule-Bule, maior repentista da Bahia, não é filho de Camaçari, mas reside na cidade há 35 anos. Seus contos, repentes e poemas sobre a história da Nordeste e influências culturais do sertão evidenciam sua paixão pelo estado que nasceu e fazem referência a história da sua vida, desde Antônio Cardoso, município onde nasceu.

Mas o que muitas pessoas não sabem é que a conexão com Camaçari surgiu muitos antes de morar na cidade. Em 1988, Bule-Bule ajudou a calçar ruas do Bairro dos 46. Na função de calceteiro, ele literalmente construía caminhos com pedra ou paralelepípedo, um serviço de exige paciência e cuidado, o ofício conhecido pelo resultado artístico de vias e pavimentos explica muito sobre sua trajetória artística em Camaçari. Foi de maneira paciente e cuidadosa que se tornou referência no cenário cultural da cidade e também na cultura popular brasileira.  

No próximo dia 22 de outubro, Bule-Bule completará 76 anos, com mais de 50 anos de carreira. No aniversário de emancipação política de Camaçari, Bule-Bule homenageia Camaçari, e o Camaçari Notícias expressa sua admiração pelo repentista, músico e escritor que tanto inspira.

E sob sua ótica poética Camaçari é definida:

Camaçari é a mãe

Amorosa, forte e sonhadora

Nós somos filhos dela

O município de Camaçari

Representa a árvore do bem

Onde os carentes de afeto

pão, água e saúde

armam a rede do futuro

Camaçari tem a filosofia do anfitrião

que alerta ao povo da cozinha,

água no feijão que chegou mais um

 

Camaçari é a mansão do futuro

e a chave está nas nossas mãos

O município de Camaçari é uma cacimba

de água mineral, coberta por fruteiras copiosas, de frutos suculentos

O que me faz amar e lutar por Camaçari

é o senso de solidariedade do seu povo

o time do amor, da de goleada no

time da precisão

O que me prende a Camaçari é ver que com

tantos anos, não aprendeu perguntar de onde você vem, mas não esquece de abraçar a quem chega e perguntar o que está precisando.