Comunidade de Areias enfrenta impactos alarmantes da poluição por fábrica de pigmentos

Fábrica de pigmentos é suspeita de emitir resíduos ácidos e metais pesados na orla de Camaçari - Foto: Reprodução/A Tarde)

Em Areias, na orla de Camaçari, a paisagem tranquila e as belas praias escondem um problema que se arrasta há décadas: a poluição crônica que tem afetado gerações de moradores. As taxas alarmantes de câncer, doenças respiratórias e de pele na região têm uma suspeita direcionada: a fábrica de pigmentos Tronox, antes conhecida como Tibrás, Millenium e Cristal.

Desde sua instalação em 1966, a planta tem sido apontada por muitos como a causa dos problemas de saúde que acometem a população local. A relação entre a fábrica e a saúde da comunidade ficou ainda mais evidente quando, há dez anos, o Ministério Público firmou um TAC com a empresa, exigindo que monitorasse suas emissões. Mas, ainda hoje, os laudos necessários não são transparentes.

A situação ganha contornos mais preocupantes quando os moradores relatam os efeitos visíveis da poluição. O forte odor que emana da fábrica, as nuvens de fumaça que tingem a vegetação local de branco e os relatos angustiantes de quem vive ali reforçam a urgência do problema.

A narrativa de Severina Alves, moradora de Areias, é emblemática. Após lutar contra o câncer de tireóide e de mama, ela aponta que muitos preferem esconder sua condição, alimentando um ciclo silencioso de sofrimento. Eugênio Neves, que também reside na região, conecta as doenças que marcaram sua vida diretamente à fábrica e à poluição.

Com a retomada do inquérito pelo Ministério Público e a pressão da comunidade, espera-se que a verdade seja revelada e que medidas efetivas sejam tomadas para proteger a saúde daqueles que vivem em Areias.

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