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Carregado de cultura e fé, cortejo abre Lavagem de Vila de Abrantes e homenagens a São Sebastião

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Carregado de cultura e fé, cortejo abre Lavagem de Vila de Abrantes e homenagens a São Sebastião

Depois do cortejo foi a vez dos blocos independentes, que tomaram as ruas da localidade

Por Agência de Notícias PMC

Foto: Patrick Abreu/PMC

Nem mesmo o tempo nublado foi capaz de afastar a comunidade do cortejo da Lavagem de Vila de Abrantes na manhã deste sábado (18). Ao som da Charanga Caraípa e do grupo Tambores de Cordoaria, com clássicos da axé music, as baianas subiram a Avenida Tiradentes em direção à Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, mantendo viva a tradição do ciclo de festas populares da orla de Camaçari.

A lavagem é promovida pela Prefeitura de Camaçari, por intermédio da Coordenação de Eventos, setor vinculado à Secretaria de Governo (Segov), com apoio de diversas secretarias e órgãos municipais.

"É muito importante manter as manifestações culturais, é importante para aquecer o comércio de Abrantes, para o entretenimento da sociedade, da juventude, ou seja, é uma festa que tem viés econômico e um viés de arte, cultura e de música", destacou o prefeito Luiz Caetano durante o cortejo.

Entre as atrações culturais também marcaram presença os grupos Tambores da Cordoaria, Capoeira Engenho e Boi Bonito de Abrantes, todos sediados no distrito de Abrantes.

"Eu acho muito importante a nossa participação, do Tambores de Cordoaria, na lavagem para mostrar um pouco do nosso trabalho, por a gente ser uma comunidade quilombola que tem tudo a ver com cultura. Agora eu vejo uma nova oportunidade para nós fazedores de cultura", destacou Tâmara Reis, idealizadora do grupo que atua há cinco anos na comunidade quilombola de Cordoaria e atualmente tem 15 membros, entre crianças e adolescentes.

O cortejo ainda teve espaço para homenagem póstuma, com Wellington Palma da Conceição, mais conhecido como Mestre Wellington Sardinha, que levou adiante o legado deixado pelo seu pai, Mestre Sardinha, e o Boi Bonito de Abrantes.

"Meu pai veio conduzindo o Boi Bonito de Abrantes desde o ano de 1974, eu não era nem nascido ainda. Deus resolveu levar o meu pai para o leito do céu e no leito da morte ele me pediu: 'meu filho, não deixe meu samba acabar, minha cultura acabar, a cultura de Abrantes acabar'. E eu prometi para ele que eu em vida vou levar a cultura de Abrantes até onde Deus permitir, porque foi o que meu pai viveu e hoje eu estou vivendo isso daqui. Isso aqui é cultura, não só de Abrantes, mas de Camaçari. Isso daqui é do mundo. Eu estou muito feliz de ter tido esse convite de participar da Lavagem de Abrantes, trazer a cultura que é o Boi Bonito de Abrantes junto com as minhas sambadeiras", celebrou.

Figura carimbada nos festejos populares do município, o Caboclo de Parafuso também esteve no cortejo. "É uma valorização imensa. O desfile de Abrantes está mostrando essa cultura que sempre existiu e hoje a gente mostra para o povo e público o Caboclo de Parafuso, essa vestimenta bonita que ele traz, essa indumentária que é cheia de mistérios", comemorou Albertino de Souza, um dos integrantes e idealizadores do grupo.

A secretária de Cultura, Elci Freitas, detalhou que a pasta seguiu o objetivo de construir o cortejo junto com os moradores da localidade. "Nós viemos à comunidade saber realmente quem seriam as pessoas a se apresentar aqui, os mestres de cultura. Esses mestres de cultura foram consultados pela nossa comunidade e foi uma decisão em conjunto da nossa comunidade", frisou.

O desafio de elaborar uma programação em escuta com a sociedade foi destacado pela coordenadora de Eventos de Camaçari, Aline Marques. "É um desafio muito grande, a gente pegou um coordenação desestruturada, sem informação. Foi um desafio muito grande poder construir essa lavagem do zero, mas a gente tem feito o movimento para atrair e para prestigiar os movimentos regionais, os artistas locais. A gente tem feito essa escuta, tem ido na comunidade antes conversar, falar sobre a dificuldade de orçamento. Mas a gente tem feito tudo com muito carinho, muito zelo para garantir as tradições. A gente teve um saldo muito produtivo em Barra do Pojuca com a participação popular tanto no dia do cortejo, quanto na arena", disse.

Depois do cortejo foi a vez dos blocos independentes, que tomaram as ruas da localidade a partir das 14h, com atrações como o cantor Pincel e Jean Oliver.

À noite a programação continua com shows na arena montada no Campo de Futebol Nery Nunes, na Fonte da Caixa, a partir das 19h, com nomes como Silfarley – O Rei da Seresta, Rafinha – O bom de verdade e Kfuné. Por lá, as apresentações musicais vão até domingo (19).

"A gente fez uma grade com os artistas locais e alguns regionais, dentro do orçamento que a gente conseguiu realizar. O esforço coletivo de 2025 é de fazer um formato menor, mas a partir do ano que vem vamos fazer ainda mais bonito, porque mesmo menor está bonito, organizado", detalhou Aline Marques.

Depois de Vila de Abrantes, Camaçari se prepara para as lavagens de Monte Gordo (25 e 26 de janeiro), Jauá (1º e 2 de fevereiro) e o presente de Iemanjá no dia 2 de fevereiro, em Arembepe.

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