Vendedores ambulantes de Camaçari denunciam truculência em ação de remanejamento pela prefeitura

Na manhã desta terça-feira (28), o centro de Camaçari foi palco de tensão e protestos. Vendedores ambulantes relataram terem sido vítimas de ações truculentas durante um processo de remanejamento conduzido pela prefeitura. A administração municipal busca reorganizar o comércio informal, realocando os trabalhadores para o estacionamento da Feira de Camaçari. As áreas da Costa Pinto, Adelina de Sá e Praça Desembargador Montenegro, atualmente ocupadas pelos ambulantes, são os principais alvos dessa iniciativa de reordenamento.

Entretanto, a proposta de mudança foi recebida com resistência. Muitos ambulantes argumentaram que os novos espaços designados carecem da mesma movimentação de clientes que os pontos tradicionais, o que pode resultar em uma queda significativa nas vendas e afetar a subsistência de suas famílias.

Durante a tentativa de realocação, relatos de confrontos entre os ambulantes e agentes municipais vieram à tona. Testemunhas afirmaram que houve uso excessivo de força, incluindo agressões físicas e intimidações. “Querem nos tirar daqui sem considerar que é desse lugar que tiramos o pão de cada dia. Além disso, o espaço para onde querem nos levar não tem estrutura nem movimento de clientes”, disse um dos vendedores, que preferiu não se identificar.

Os trabalhadores também criticaram a falta de diálogo por parte da gestão municipal e reivindicaram a permanência em seus pontos históricos de venda. “Não somos contra a organização, mas precisamos ser ouvidos. Não se trata só de mudar de lugar, mas de garantir que possamos continuar trabalhando de forma digna”, reforçou outra ambulante.

Até o momento, a prefeitura de Camaçari não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias de truculência ou sobre as acusações de falta de diálogo. O caso vem gerando repercussão nas redes sociais e entre entidades que defendem os direitos dos trabalhadores informais.

Enquanto isso, os ambulantes prometem intensificar as mobilizações para assegurar que suas demandas sejam atendidas. A expectativa é que a prefeitura abra canais de negociação para evitar que o impasse prejudique ainda mais os trabalhadores e o comércio local.