Em guerra com a milícia, bandidos sequestram líder ao se passarem por policiais
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Salvador
Advogado de casal diz que agressores eram policiais armados.
Por Pesquisa Web
(Foto: reprodução)
O casal agredido no estacionamento de uma unidade do supermercado Bom Preço em Salvador na última sexta-feira (7), sob acusação de furto, vem sendo ameaçado pelos agressores por meio de pessoas próximas. A informação foi divulgada por Walisson Pereira, advogado do casal. Pereira afirma também que os responsáveis pelas ações violentas eram policiais armados, contratados pelo supermercado para realizar a segurança do local. O Bom Preço, que pertence ao Grupo Carrefour, informou que não contrata policiais para atuar em suas equipes de segurança. A informação é do Jornal Correio*
Em mensagens de voz para o advogado, o casal relata receio. “Todo mundo está botando minha cara na televisão. Eu tenho um emprego de carteira assinada há um mês e já estão dizendo que sabem onde é o meu trabalho. Estão dizendo para a gente sair de onde a gente mora, porque os caras que foram demitidos podem fazer alguma coisa. Agora nós vamos ter que andar com medo, porque não sabemos quem é quem e eles eram policiais civis, andam armados”, disse a mulher em um dos áudios. Veja nota abaixo.
“Eu sei que eu estou errado, mas com uma criança pequena em casa e devendo dois meses de aluguel, sem ter para onde ir… Foi por necessidade mesmo. Mas o que ele deveria ter feito era levar a gente para a delegacia, que foi o que ele não fez. Espancou a gente”, disse o homem agredido, que se identificou como Jeremias. De acordo com ele, os dois chegaram a receber ameaças de morte dos agressores.
O casal foi humilhado e agredido no estacionamento do supermercado Bom Preço localizado ao lado do Salvador Norte Shopping, em São Cristóvão. Os dois foram acusados de roubar pacotes de leite em pó. As agressões e constrangimentos foram filmados e publicados nas redes sociais, supostamente pelos próprios agressores.
Nas imagens divulgadas, um dos agressores pergunta à mulher "Por quê você está aqui?", e ela responde que estava "precisando de coisas para a filha", e mostra a mochila. Em seguida, um dos homens dá um tapa em seu rosto. Ela tenta se proteger e o homem pede para que ela retire a mão do rosto. Depois, a outra vítima é mostrado sentado no chão e passa também por interrogatório, que inclui agressões no rosto.
Medidas
Neste domingo (7), a Polícia Civil da Bahia informou que a 12ª Delegacia, em Itapuã, irá abrir inquérito para investigar a situação. Segundo a polícia, não houve nenhum registro do caso, mas a 12ª Delegacia tomou ciência do crime através de vídeos que viralizaram no fim de semana e vai começar a apuração.
Resposta da rede
Em nota, o supermercado informou que não contrata, direta ou indiretamente, policiais para atuar em suas equipes de segurança. "Temos rigorosas regras de compliance que não permitem tal contratação. O contrato com a empresa CZ, que fazia a segurança da área externa da loja, previa a atuação de sete profissionais naquela unidade, dos quais nenhum era policial", diz o texto.
Ainda em nota, o Bom Preço informou que fez uma denúncia de agressão e lesão corporal à Polícia Civil. Essa denúncia foi registrada eletronicamente, com número de protocolo 2023/0000257096-0, e encaminhada à 12ª Delegacia Territorial/Itapuã. "Estamos colaborando, inclusive com a disponibilização de imagens das câmeras de segurança da loja, para a elucidação deste crime", continua a nota.
A empresa informou ainda que um dos homens que aparecem na filmagem não fazia parte do quadro de funcionários do mercado. "Em um vídeo que mostra a lamentável agressão ocorrida no Big Bom Preço de Salvador, na semana passada, é possível identificar que o agressor tem uma tatuagem na mão. No avanço das nossas investigações internas, apuramos que nenhum profissional direto ou indireto que atua na unidade tem essa tatuagem.", conclui.
Anteriormente, o Bom Preço já havia informado que decidiu desligar a liderança e toda a equipe de prevenção da loja. O grupo alega que tomou conhecimento do vídeo, e que determinou que seja realizado um registro de agressão e lesão corporal na polícia, para que o crime seja apurado. "Estamos colocando à disposição da polícia as imagens das câmeras de segurança, para que haja a identificação dos autores", diz nota.
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