Em guerra com a milícia, bandidos sequestram líder ao se passarem por policiais
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Polícia procura por jovens que desapareceram após saírem para trabalhar em empresa de materiais recicláveis
Salvador
Famílias acreditam que Paulo e Matusalém foram sequestrados por dono da empresa após serem acusados de roubo de equipamento.
Por G1
As famílias de dois jovens desaparecidos após saírem para trabalhar estão em busca deles. Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, trabalham em um empresa de materiais recicláveis, no bairro de Pirajá, em Salvador. Eles foram vistos pela última vez na segunda-feira (4).
Os familiares acreditam que Paulo e Matusalém foram sequestrados pelo dono da empresa. A Polícia Civil não detalhou se essa hipótese é investigada, e diz apenas que procura por eles.
De acordo com a mãe de Paulo Daniel, Marineide Pereira, dias antes do desaparecimento, os jovens teriam sido acusados pelo dono da empresa de roubar um gerador.
"Estou há quatro dias sem notícias do meu filho, sem saber se está vivo ou morto, só quero saber o que está acontecendo", disse Marineide Pereira, desesperada.
"Nesse instante desabei porque escutei um depoimento de um ex-funcionário de lá, que falou que era torturado. Só quero meu filho vivo ou morto", desabafou.
Em entrevista para o Bahia Meio Dia, programa da TV Globo, Marineide fez um apelo por respostas.
"Peço para as autoridades: 'Me ajude, gente. Rui Costa, Jerônimo, vou até mais longe... Lula... Vocês disseram que iam cuidar da gente: preto, pobre e da periferia", pediu.
"Não sou analfabeta, sou estudada, formada. Quantas mães choraram caladas? Não tiveram coragem, pela perca do seu filho nessa empresa, mas eu não tenho", questionou a mãe de Paulo Daniel.
Ainda segundo Marineide Pereira, Paulo Daniel não tem envolvimento com a criminalidade. Ela prestou depoimento no Departamento de Proteção à Pessoa (DPP), nesta quinta-feira (7).
"Meu filho não é ladrão, vagabundo, marginal. Eu não sou mãe de tapar o olho, mas se ele fosse errado, tinha que pagar pela Justiça".
A mãe do jovem pediu para que o dono da empresa disponibilizasse as imagens da câmera de segurança do local.
"Ninguém consegue sair com um gerador embaixo da blusa ou dentro das calças. Pare de se esconder, só fale onde você jogou os corpos desses dois rapazes. Você eu entrego a Deus, porque a Justiça vem depois", desabafou.
Aflição de familiares
Segundo a família de Paulo Daniel, eles não foram autorizados a entrar no terreno da empresa para procurar pelos jovens.
"Dizem que dispararam tiros contra eles e até o momento a gente não tem retorno de para onde foram levados os corpos. Até hoje estamos aqui sentados esperando o retorno da polícia", disse Fernanda Santos, tia de Paulo.
O padrasto de Paulo Daniel, Joselino dos Santos, falou sobre a preocupação da família e disse que aguarda respostas da polícia.
"É um caso inesperado. Um menino suando, trabalhando, na correria e, de repente, a gente recebe uma notícia dessas. Está todo mundo abalado, sem saber o que pensar e estamos esperando uma reposta da polícia", contou o padrasto de Paulo Daniel, Joselino dos Santos.
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