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Filhos de Gandhy revoga regra que proibia homens trans em seu desfile e anuncia mudança no estatuto

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Filhos de Gandhy revoga regra que proibia homens trans em seu desfile e anuncia mudança no estatuto

Bloco tradicional do Carnaval baiano cede à pressão social e anuncia mudanças para ampliar inclusão, mantendo o respeito às suas raízes culturais.

Por Camaçari Notícias

Foto: Fernando Vivas/GOVBA

O Afoxé Filhos de Gandhy, maior bloco de afoxé do mundo e um dos mais tradicionais do Carnaval da Bahia, se manifestou publicamente sobre a polêmica em torno da proibição da participação de homens transexuais em seu desfile. Diante da repercussão negativa e da mobilização de organizações LGBTQIA+, o bloco anunciou a revogação da norma e a alteração de seu estatuto.

Em nota, a direção do Filhos de Gandhy reconheceu a importância do debate sobre inclusão e afirmou estar aberta ao diálogo para equilibrar a preservação de suas tradições com a evolução das discussões sociais. "Reconhecemos a constante transformação da sociedade e a importância dos debates sobre inclusão. Estamos abertos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições enquanto acolhemos as discussões sociais", diz o comunicado.

O bloco também informou que promoverá uma assembleia geral para discutir as mudanças no estatuto. A principal alteração será a remoção da menção a "cisgênero", mantendo apenas a referência ao sexo masculino como critério de participação.

A polêmica começou após a divulgação do Termo de Aceite da compra do abadá, que explicitava a restrição a homens trans no bloco. O caso gerou forte reação de entidades de direitos humanos e do movimento LGBTQIA+. Bruna Benevides, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), criticou a proibição e destacou o impacto negativo desse tipo de exclusão.

"A gente vive no país que mais assassina pessoas trans no mundo. Portanto, esse tipo de proibição ajuda a perpetuar transfobia, discriminação e violência e não pode ser aceita", afirmou Benevides ao Bahia Notícias.

O Secretário Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, também criticou a norma e cobrou uma revisão por parte do bloco. "Pessoas trans não podem ser discriminadas em função de sua identidade de gênero. Espero que o bloco - um patrimônio da tradição da Bahia - atualize sua normativa em favor da diversidade que sempre inspirou o imaginário desta agremiação", escreveu Freitas em suas redes sociais.

Com a revogação da norma e o compromisso de alteração estatutária, o Afoxé Filhos de Gandhy sinaliza uma abertura para um debate mais amplo sobre a inclusão, sem deixar de lado a valorização de suas tradições históricas.

 

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