Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Salvador

/

'Guerreira', diz mãe após morte de siamesa que nasceu unida pelo tórax

Salvador

'Guerreira', diz mãe após morte de siamesa que nasceu unida pelo tórax

Por: G1

Viviane Menezes com as filhas gêmeas siamesas que passaram por cirurgia de separação — Foto: Reprodução/TV Bahia

"Está sendo um momento muito difícil, mas cada dia ao lado da minha filha foi único. A minha filha foi guerreira desde o início até o fim". As palavras são da consultora de vendas Viviane Menezes, mãe da gêmea siamesa que morreu em Salvador dois meses depois de nascer unida pelo tórax com a irmã.

Viviane e o companheiro, Marcos Menezes, pai das crianças, deram entrevista à TV Bahia nesta quarta-feira (7) e disseram que a pequena Débora estava no colo da mãe quando morreu.

"Eu cheguei [no hospital] e percebi que ela estava voltando para casa, para os braços do senhor Jesus. Ela esteve nos nossos braços, foi no momento em que ela estava comigo e com o pai. A gente teve a oportunidade de dizer tchau e entregar nos braços do senhor Jesus", disse a mãe.

"Foi um momento que eu nunca vou esquecer. Falei com ela que amava ela, que ela mora no meu coração, que é meu tesouro e que ela é um exemplo. Aprendi muito com a minha filha. Então, eu sei hoje que ela está em paz", afirmou o pai.

Débora, que sofria com problemas cardíacos e hidrocefalia, e já tinha sido submetida a três cirugias, morreu em decorrência de complicações no quadro de saúde, na Maternidade Climério de Oliveira. Catarina, irmã de Débora, segue internada na mesma unidade médica. Segundo Viviane Menezes, Catarina tem estado de saúde considerado bom.

O último procedimento médico ao qual Débora foi submetida ocorreu no dia 19 de outubro, quando foi realizada uma implantação de válvula cardíaca para melhorar a frequência dos batimentos do coração, a respiração e para possibilitar a retirada da intubação endotraqueal - para que ela pudesse respirar sem ajuda de aparelhos. Mesmo com a dor pela perda da filha, os pais agradeceram pelo carinho que vêm recebendo das pessoas que acompanham o caso desde que a mulher pariu.

"Estou destroçada, arrasada. Eu, meu esposo, minha mãe. A minha pequena Catarina sente a falta da irmã, tem sentido esse clima tenso. Sempre quando chegava na UTI, eu dizia para ela que ela era uma guerreira. O que fica para mim é que cada dia valeu a pena", afirmou.

"Ela lutou todos os dias, todos os dias ela lutou pela vida. Eu gostaria de fazer um agradecimento para todos aqueles que oraram, que rezaram, que pediram do seu jeito, da sua maneira, pela minha pequena Débora. Ela voltou para casa, está de volta com o papai", disse a mãe.

Caso
A mãe das gêmeas é moradora de Salvador. O parto, no entanto, ocorreu no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, no dia 22 de agosto, porque a cidade possui um centro de referência para casos de siameses. As gêmeas Catarina e Débora nasceram unidas pelo tórax e barriga.

Além do procedimento de separação da irmã e de uma cirurgia cardíaca, Débora também já tinha sido submetida a uma cirurgia para tratar quadro de hidrocefalia, doença que provoca o acúmulo de água no cérebro, no dia 20 de setembro. Após o nascimento, as meninas passaram por um procedimento cirúrgico para separação que durou cerca de 4h30 e contou com a participação de 15 profissionais na mesma unidade médica.

As irmãs nasceram na 37ª semana de gestação e compartilhavam apenas o fígado. Juntas, as duas pesavam, no momento do nascimento, 4,785 quilos. Logo após o parto, elas foram encaminhadas para a UTI Neonatal. Nos dias 15 e 16 de setembro, elas foram transferidas para duas unidades médicas de Salvador.

 

Relacionados