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Um mês após morte de Moa, primo ferido em ataque fala sobre trauma

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Um mês após morte de Moa, primo ferido em ataque fala sobre trauma

Por: G1

Um mês após morte de Moa do Katendê, Germínio Pereira, primo ferido em ataque fala sobre trauma — Foto: Reprodução/TV Bahia

 

"Não tem como esquecer. Todos os dias eu penso, lembro daquela cena horrível. Tem dias que não consigo dormir" 

A frase acima é de Germínio do Amor Divino Pereira, de 51 anos, sobre o momento em que o primo dele, o mestre de capoeira Moa do Katendê, 63 anos, foi morto dentro de um bar, em Salvador, por conta de uma discussão política. O crime ocorreu na madrugada do dia 8 de outubro, na madrugada após o primeiro turno das eleições 2018. Na ocasião, Germínio tentou defender Moa e foi esfaqueado no braço por Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos. Paulo está preso pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima, além de tentativa de homicídio.

Um mês após o assassinato do capoeirista, Germínio contou que as marcas do crime não ficaram apenas no corpo, mas também na memória. Moa foi esfaqueado após dizer a Paulo Sérgio Ferreira que era contra Jair Bolsonaro (PSL), na época candidato à Presidência da República, e que tinha votado no PT.

Cobrador de ônibus há sete anos, Germínio está afastado do trabalho desde o dia do crime. Ele conta que a facada atingiu o tendão e, com isso, perdeu o movimento dos dedos da mão direita. Diante do problema, precisou ser afastado.
Germínio lembra ainda que Moa estava cheio de planos quando foi morto. Inclusive, no dia do crime, eles conversavam sobre os projetos voltados ao bloco Afoxé Badauê, fundado por Moa.

Caso
Conforme apontam as investigações, Paulo e Moa brigaram por uma discussão política. Ainda segundo a polícia, após a discussão, o acusado foi em casa, pegou uma faca e atacou Moa pelas costas, desferindo contra ele 13 facadas. Paulo Sérgio foi preso em flagrante. No dia seguinte ao crime, 9 de outubro, ele passou por audiência de custódia e teve prisão preventiva decretada pela Justiça.

Após o fim das investigações, o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MP-BA), que ofereceu denúncia à Justiça contra Paulo. A Justiça aceitou denúncia do MP-BA e Paulo se tornou réu. Ainda não há data para julgamento do caso.

Em depoimento, durante as investigações, Paulo Sérgio negou que o crime tenha sido motivado por política. A versão, contudo, é contestada pela polícia, que diz que testemunhas confirmam que a divergência política deu origem à discussão.

Moa do Katendê foi enterrado sob forte comoção e em meio a várias homenagens, na tarde do dia 8 de outubro, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na capital baiana. Moa faria 64 anos no dia 29 de outubro.

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