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Agente penitenciário iniciou tiroteio que deixou cinco feridos durante assalto a ônibus na BR-324

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Agente penitenciário iniciou tiroteio que deixou cinco feridos durante assalto a ônibus na BR-324

Ele não se feriu e foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma, pagou fiança e responderá inquérito em liberdade.

Por: Pesquisa Web

Foto: reprodução

O tiroteio dessa segunda-feira (26) durante um assalto dentro de um ônibus na BR-324, e que deixou cinco pessoas baleadas, das quais três eram passageiros, começou com a reação de um agente disciplinar penitenciário. O servidor público, que saiu ileso, não tinha porte de arma. O nome dele não foi revelado. Este foi o segundo caso seguido de passageiros baleados dentro de ônibus numa ação de bandidos na capital. A informação é do Jornal Correio*

Entre as vítimas do confronto de anteontem, está o eletricista Sandovaldo Gregório Félix Lima, 39 anos, baleado na cabeça. Ele está internado no Hospital do Subúrbio e o estado de saúde dele é grave. Além dele, foram atingidos Ronaldo da Silva Cerqueira, baleado no braço esquerdo, e Lázaro Rodrigues dos Santos, ferido de raspão na cabeça. Os dois já tiveram alta. Um dos assaltantes está internado em estado grave. Já o comparsa não resistiu. 

Por volta das 20h de segunda, o ônibus que fazia a linha Paripe-Pituba seguia no sentido Feira de Santana e passava pela entrada da BA-528, na altura de Águas Claras, quando os bandidos subiram no coletivo. “Dois indivíduos entraram e anunciaram o assalto, um passageiro que é Reda (Regime Especial de Direito Administrativo), contratado do Estado pela secretaria destina à assuntos penais, reagiu e atirou nos dois indivíduos e nesse confronto outros três passageiros foram baleados”, contou o delegado João Cavadas, titular do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc).

Ainda segundo Cavadas, o servidor público foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma, pagou fiança e responderá inquérito em liberdade.  

Ao saber do envolvimento de um agente disciplinar penitenciário no tiroteio dentro do ônibus, o Sindicato dos Servidores da Polícia Penal do Estado da Bahia (Sinsppeb) se manifestou. “O cara chega lá, se apresenta como agente penitenciário, hoje policial penal. Então, a carteira dele é falsificada porque desde 2016 que não existe mais policial penal pelo sistema Reda na Bahia”, declarou o presidente da instituição Reivon Pimentel. 

Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que não tem conhecimento sobre a informação e solicitou que a Secretaria de Segurança Pública fosse procurada. A SSP informou que o caso deveria ser de competência da Polícia Civil. Procurada, a PC informou que, na ocorrência, não há a informação de que o homem é agente penitenciário.

Eletricista
Na manhã dessa segunda (27), parentes do eletricista Sandovaldo estiveram no Gerrc. Eles estavam revoltados porque a vítima foi tratada pela Polícia Militar como sendo um dos bandidos. “Depois dos tiros, o ônibus ficou parado na porta do hospital. Todos foram retirados de imediata para socorro, mas deixaram Sandoval lá agonizando, sozinho. Uma das pessoas que estavam na hora disse a um PM que era para chamar os maqueiros, que havia mais passageiro ferido, mas ele respondeu que não tinha ninguém para tirá-lo de lá. Na certa, como achavam que ele era um dos bandidos, iam deixar morrer”, contou a prima do eletricista, a dona de casa Marluce dos Santos Palhares, 35. 

Parentes de Sandoval foram  esclarecer que ele não é um dos assaltantes (Foto: Bruno Wendel/CORREIO)

A mulher de Sandoval, a dona de casa Claudilene Santos da Palhares, 34, disse que chegou ao Hospital do Subúrbio por volta das 22h e tomou conhecimento de que o eletricista foi retirado do coletivo cerca de meia hora antes. “Estamos aqui todos arrasados com tudo isso. Como não bastasse ele ter sido baleado, ainda o trataram como bandido”, desabafou.

Na manhã de segunda, Sandovaldo tinha chegado da cidade de Uauá, onde passou o final de semana na casa de parentes, e foi trabalhar em dois condomínios da Pituba, e por volta das 20h, retornava para casa, em Paripe, quando foi baleado na cabeça. “O médico me disse que a cirurgia dele começou 1h40 desta madrugada e acabou 6h20. Ele teve duas perfurações, perda de massa encefálica e perda de parte do osso do pescoço. O estado dele é grave”, disse Claudilene, acompanhada também pelo primo, o motorista Cleberson Santana, 30. 

Questionado sobre o que disseram os parentes do eletricista, o delegado João Cavadas comentou o episódio. “Na verdade o que aconteceu foi um equívoco na hora da apresentação por parte dos prepostos da Polícia Militar que prestaram socorro. Como ainda não tinha identificação nem a origem dos fatos, não sei por que cargas d'águas eles informaram que ele seria possivelmente um dos autores, mas já resolvemos esse mal-entendido”, disse o delegado. A família de Sandoval pretende relatar os fatos à Corregedoria da Polícia Militar. 

Socorro
Por meio de nota, a PM informou que equipes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) prestaram apoio aos quatro passageiros de um coletivo, que foram vítimas de disparos de arma de fogo durante roubo ao coletivo, na BR 324, nesta segunda.

“O condutor parou o veículo no posto do BPRv e solicitou apoio à  guarnição, que, prontamente, assistiu às vítimas. Os policiais acionaram equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, após realizar busca no interior do veículo, foram apreendidos os seguintes materiais: uma faca; um revólver calibre .22 e uma pistola calibre .40; uma sacola contendo algumas ferramentas de eletricista”, diz a nota. 

A PM informou ainda que os baleados foram socorridos imediatamente. “Todavia, para fins de adiantar a prestação do socorro aos quatro feridos, a guarnição acompanhou o ônibus até o Hospital do Subúrbio e, posteriormente, um dos passageiros que foi apresentado ao Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gercc)”.  

Confundido
Este foi o segundo caso seguido em que passageiros são baleados durante ação de bandidos dentro de ônibus. No domingo, o eletricista Joel Mululo Neris Reis, 50 anos, morreu durante um assalto a poucos metros da Estação Pirajá – por conta do porte físico, ele teria sido confundido por um policial e por isso baleado na cabeça por um dos criminosos. 

Além do eletricista, um outro passageiro também foi baleado. A outra vítima é Josinaldo da Silva Dias, 36, que foi atingido nas costas. Ele foi socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não há informações sobre o estado de saúde dele. 

Responsável pela investigação do crime, a Polícia Civil disse que o caso está sob responsabilidade da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central). 
 

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