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Mãe de jovem morta pelo namorado a facadas diz que suspeito era acolhido como filho: 'Ele não aceitou o fim'
Salvador
Corpo da vítima foi sepultado sob forte comoção de familiares e amigos no domingo (30).
Por G1
A mãe da jovem Gabriele dos Santos Souza, de 25 anos, morta a facadas pelo namorado, no bairro de São Cristóvão, em Salvador, disse que o suspeito era acolhido na casa dela como um filho. O crime aconteceu na sexta-feira (28) e o corpo da vítima foi sepultado sob forte comoção no domingo (30).
Durante o velório, Lindinalva dos Santos falou sobre a situação. Ela já havia dito que o crime teria sido premeditado por Guilherme Andrade Santos, 21. Depois de matar Gabriele, ele cometeu suicídio. O corpo dele também foi enterrado no domingo.
“Todo namorado da minha filha eu acolho como um filho. Ele só não aceitou o fim e ela, para agradar ele, não deu queixa dele, porque ele tinha carreira na Aeronáutica, para não prejudicar. Ele pediu para ela continuar falando com ele, senão ele se matava e ela continuou”.
“Eu falei: ‘ele vai te matar, minha filha. Saia’. O pai falou, todo mundo falou, a rua inteira sabe. ‘Ele vai ter coragem de te matar’. E ela nunca acreditou”.
A avó de Gabriele, Maria Oliveira, disse que a neta era uma pessoa querida e que ajudava a mãe com o trabalho de venda de marmitas.
"Ela era uma menina agradável, sorridente, alegre, trabalhadeira. Ajudava a mãe a vender quentinhas, acarajé. Era uma menina social, popular, se dava com todo mundo”.
Mãe vê crime premeditado
Lindinalva acredita que o feminicídio foi premeditado. Para ela, o fato do jovem ter deixado um bilhete, informando sobre onde estaria o corpo da filha, é indício de que ele planejou o assassinato.
“Ele deixou uma carta na casa da mãe, dizendo que ele matou ela e uma carta dizendo onde o corpo dele estava”.
O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios. Gabriele e Guilherme estavam juntos havia cerca de um ano e meio. Lindinalva conta que dois meses atrás o rapaz passou a ter comportamento diferente com a namorada.
“Teve uma confusão com ela, ele tentou estrangular ela, aí ela falou com ele que não dava mais certo, que ela não aceitava a agressão. Ele era muito ciumento e ela percebeu isso e tentou se afastar dele. Eu pedi a ela para dar queixa, porque ele poderia fazer de novo", lembrou a mãe da vítima.
"Falei: ‘Dê queixa’. Ela achou melhor não, porque como ele trabalhava na Aeronáutica, poderia prejudicar a carreira dele”.
Abalada, a mãe deixou uma mensagem para as mulheres que vivem relacionamentos abusivos.
“Você que tem um relacionamento, se a pessoa chegou a qualquer momento a lhe agredir, ela não te ama. Porque quem ama protege, quem ama não faz o mal. Se a gente amar, a gente não quer o mal, só quer o bem. Não interessa. Tem desavenças? Tem. Mas a gente não pode aceitar".
Crime
Depois de esfaquear Gabriele, Guilherme foi até um córrego na região de Ipitanga, em Lauro de Freitas, região metropolitana da capital. Diferentemente do meio usado pra matar a vítima, ele usou uma arma para tirar a própria vida.
O armamento foi encontrado na mesma região em que o corpo dele foi localizado pelos bombeiros. Familiares da vítima e do jovem serão ouvidos e laudos periciais vão ajudar na investigação.
Ainda segundo a família de Gabriele, o casal, que morava sozinho, na casa do avô da vítima, tentava reatar o namoro. Ela chegou a dizer que o jovem teria mudado o comportamento ciumento.
Gabriele e Guilherme foram para um restaurante, no Corredor da Vitória, na quinta-feira (27) e a jovem fez várias publicações nas redes sociais, onde mostrava momentos de diversão, em uma praia privada. Depois disso, a família de Gabriele não teve mais contato com a vítima.
Na tarde de sexta, a mãe dela, Lindinalva Oliveira, ligou para a filha, para fazer um convite de almoço. No entanto, não foi respondida.
A mãe de Gabriele informou que foi chamar a filha, na casa onde ela mora, que fica na mesma rua dela, e também não foi atendida. Com isso, um familiar da vítima, que tinha a chave do imóvel, abriu a porta e a encontrou morta.
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