Em guerra com a milícia, bandidos sequestram líder ao se passarem por policiais
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MP-BA abre investigação sobre vídeo no TikTok que atrela orixás à violência em Salvador
Salvador
Denúncia da AFA pede adoção de medidas urgentes para retirar vídeo de circulação e responsabilizar autores.
Por Pesquisa Web
O Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio da promotora Lívia Vaz, instaurou na última terça-feira (12) um processo para apurar o incentivo e propaganda ao ódio religioso estimulados por um vídeo que circula na internet. A investigação atende a uma denúncia feita pela Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA). As informações são do Metro 1*
De acordo com a denúncia, o vídeo produzido por um grupo evangélico e publicado pelo Pastor Irmão Júlio cita, em uma canção, orixás do Candomblé e Umbanda — como Exu e Oxumarê — enquanto mostra imagens da violência nas periferias de Salvador, com pessoas armadas em confronto com supostos policiais.
A AFA argumenta que o vídeo passa “claramente a mensagem de que as religiões de matriz africana são responsáveis pela violência generalizada e mortandade nas periferias das cidades provocadas pelo tráfico e atos ilícitos”.
“Esse vídeo começou a circular com força nas redes sociais. Mostra imagens de violência na periferia, confronto com a polícia, e na letra da música que o pastor canta, ele diz que a Bahia é de Jesus, que não tem Iemanjá e outros orixás, insinuando que essas divindades causam violência. É realmente lamentável”, pontua o presidente da AFA, Leonel Monteiro.
Segundo Monteiro, a gravação preocupa a comunidade de matriz africana, uma vez que, de acordo com ele, 90% dos terreiros estão localizados na periferia e em zonas rurais.
“Além de vilipendiar a religião, passa uma mensagem perigosa de que nós provocamos toda a violência que ocorre nas periferias, que desencadeia confrontos com a polícia, mortes. Isso pode causar represálias por parte de traficantes, por exemplo, ameaças e, quem sabe, até mortes. Isso já é realidade em locais como no Rio de Janeiro e em São Paulo: não pode nem usar roupa branca, é ameaçado, rechaçado, expulso do morro”, teme o representante da associação.
Diante disso, a denúncia da AFA pede a adoção de medidas urgentes por parte dos órgãos competentes para não somente retirar de circulação o vídeo originalmente publicado no TikTok, como também responsabilizar os autores e as pessoas que estão o compartilhando nas suas redes sociais, “espalhando o ódio religioso”.
Monteiro ressalta que, após a denúncia, o vídeo (salvo por ele) foi excluído da página do pastor nas redes sociais. O outro pastor, que também havia compartilhado a gravação, a modificou, retirando a parte que citava as divindades.
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