Em guerra com a milícia, bandidos sequestram líder ao se passarem por policiais
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Salvador
Edivaldo Cunha foi encontrado na tarde desta terça-feira (16).
Por Sites da Web
Edivaldo Cunha foi encontrado na tarde desta terça-feira (16). (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Para o alívio da esposa, Ana Carolina - que está grávida de quatro meses -, e também da família, o motorista de aplicativo Edivaldo Cunha, de 37 anos, passou a primeira noite em casa, após horas de desespero e apreensão na mala do carro, sequestrado. Apesar da situação desconfortante, ele ainda está abalado psicologicamente e não tem falado sobre o ocorrido, já que traz um mal-estar recente. As informações são do Jornal Correio*
De acordo com a jornalista, os assaltantes não tocaram nele em nenhum momento do sequestro, mas a situação foi traumatizante para o profissional, que estava apenas há quatro meses rodando como motorista de aplicativo de transporte, em Salvador.
"Não tocaram nele fisicamente, mas houve violência psicológica, eles estavam armados. Foi uma mulher e dois homens. [Ele] não falou muito ainda porque está bem abalado com o que houve", conta. Ana Carolina ainda detalha que, durante o sequestro, Edivaldo não se alimentou, por isso foi encontrado debilitado.
"Ele disse que não tocaram nele, ele estava debilitado fisicamente porque não comeu e nem dormiu nesse período, ele disse que só bebeu água", explica.
A esposa de Edivaldo ainda comenta que ele foi encontrado por um vizinho, que o viu na região do Ogunjá, mesmo local em que o carro foi encontrado pela polícia. Desorientado, cansado, com sede e com fome, além de estar longe de casa, o motorista chegou na residência com a ajuda do marido de uma mulher que frequenta a mesma igreja do casal.
"Quando ele foi chegando mais perto de onde a gente mora, algumas pessoas começaram a reconhecer ele. O marido de uma irmã da igreja da gente, que também é motorista por aplicativo, encontrou ele naquela região ali do Ogunjá, tirou uma foto e falou 'gente ele está aqui, ele está bem'. Ele subiu e, quando me ligaram para dizer que já estava em casa, eu fui e encontrei", disse.
Emocionada, Ana Carolina disse que não conseguiu conter as lágrimas ao ver seu marido em sua frente: "Foi emocionante, não vi ninguém na minha frente só ele. Nos abraçamos e beijamos e choramos de emoção".
O motorista vai prestar depoimento ainda nesta quarta-feira (17), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde o caso está sendo investigado. O veículo de Edivaldo foi levado, na tarde anterior, à sede do DHPP e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para a perícia.
Relembre o caso
O último contato do motorista foi com a esposa, a jornalista Ana Carolina, quando ele contou que tinha acabado uma corrida. Ela informou que conversou com o marido até 00h15, quando recebeu o boa noite dele. Como estranhou a ausência do marido ao acordar na madrugada, ela voltou a mandar mensagem por volta das 3h de segunda (15).
Na tarde daquele mesmo dia, a jornalista ligou para o celular do marido e uma mulher atendeu, alegando que alguém tinha feito contato por aquele número. Horas depois, um homem, identificado como Gabriel, disse que Edivaldo estava dormindo em sua casa e desligou o celular de vez, ficando sem sinal.
Ana Carolina diz que o marido trabalhava às noites e aos finais de semana. Ela também comentou que se preocupava ao ler notícias de crimes contra motoristas em Salvador, mas, com a situação complicada para conseguir emprego, o marido optou pelo aplicativo de transporte para obter uma renda fixa.
"Vimos as notícias, mas é preciso trabalhar. Todos os dias quando ele sai para trabalhar, seja de dia ou de noite, oramos e entregamos a vida dele na mão de Deus", disse. Com medo, ela também reforça que há violência em todos os locais e que não há o que fazer. "Medo, a sociedade já vive por natureza, com o mundo do jeito que está".
Edivaldo é pai de um garoto de 11 anos, do seu relacionamento anterior, e aguarda o nascimento do seu filho com Ana Carolina, que está grávida de três meses.
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