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Economia
Um infográfico da situação foi produzido pelo G1.
Por: Camaçari Notícias
O cenário econômico do Brasil, entre 2013 e 2023, revela uma realidade desafiadora: o poder de compra do brasileiro foi severamente afetado. Uma análise detalhada mostra que, neste período, o custo dos produtos nos supermercados quase dobrou, contrastando com a estagnação nominal dos salários médios anuais.
O termo "perda de poder de compra" reflete a redução na capacidade de adquirir bens e serviços com a mesma quantidade de dinheiro. O impacto é visível na necessidade de desembolsar mais para obter a mesma quantidade de produtos, pressionando o orçamento familiar.
Um infográfico produzido pelo g1 ilustra essa situação. Há dez anos, R$ 100 compravam uma cesta com 13 itens essenciais. Atualmente, essa mesma quantia adquire menos da metade desses produtos. Esta realidade coincide com um modesto aumento do salário médio anual, que passou de R$ 38.484,44 para R$ 39.604,44, incluindo 13º salário e férias, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 88% na última década, enquanto o salário médio teve um crescimento nominal de apenas 3%. Isso resultou em uma redução significativa no poder de compra, confirmada por um estudo da L4 Capital.
Especialistas apontam dois fatores principais para essa situação: a inflação persistente e a baixa produtividade profissional. O Brasil não experimentou deflação nos últimos dez anos, com exceção de alguns meses isolados.
Rachel de Sá, da Rico Investimentos, destaca dois períodos críticos: a crise econômica de 2015 e a pandemia de Covid-19 em 2021. Ambos os eventos desencadearam aumentos expressivos na inflação, sem um correspondente ajuste salarial. Além disso, medidas governamentais, como a redução do IPI para automóveis e a política monetária expansionista do Banco Central, exacerbaram a situação.
No contexto da pandemia, as interrupções globais na cadeia de suprimentos contribuíram para um aumento substancial na inflação. Paralelamente, a baixa qualidade da educação básica no Brasil, como evidenciado pelos resultados do PISA, limitou a capacitação profissional e, consequentemente, o poder de compra.
Olhando para o futuro, o professor Paulo Feldmann, da USP, prevê um agravamento da situação devido ao avanço da inteligência artificial e automação. Por outro lado, Carla Beni, da FGV, mantém uma visão mais otimista, enfatizando a importância da capacitação em novas tecnologias.
Para manter o poder de compra, seria necessário um aumento salarial de 88% ao longo da década, um cenário distante da realidade para a maioria dos brasileiros. Assim, a questão permanece: até que ponto o salário médio no Brasil poderá acompanhar as exigências econômicas futuras?
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