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Inflação na alimentação fora do lar é menor que refeição feita em casa em 2024

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Inflação na alimentação fora do lar é menor que refeição feita em casa em 2024

Bares e restaurantes absorvem parte do impacto e evitam repasse integral ao consumidor.

Por Camaçari Notícias

Foto: Divulgação

O setor de Alimentação Fora do Lar registrou um aumento de 6,29% na inflação acumulada em 2024, percentual inferior ao da refeição preparada em casa, que chegou a 8,23%. Os dados são do mais recente levantamento do Núcleo de Pesquisas e Estatísticas da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), que também apontou que, no acumulado desde 2020, o índice de inflação do setor atingiu 16,3%.

Bares e restaurantes foram os principais responsáveis por absorver parte desse impacto, evitando o repasse direto dos custos ao consumidor final. De acordo com Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, desde a pandemia da Covid-19, os estabelecimentos têm buscado estratégias para manter os preços equilibrados sem perder a clientela.

“Quando a alimentação e as bebidas sofrem reajustes, os empresários do ramo optam por comprimir a margem de lucro e mudar o cardápio, a fim de amortizar o impacto - tudo para não reajustar o preço do que vendem ao cliente. Caso contrário, o brasileiro estaria pagando ainda mais caro pelas refeições feitas fora de casa. Diferentemente das grandes redes, que negociam melhor com fornecedores por conta do volume de compra, os pequenos empresários são os que mais sofrem com a inflação”, explicou.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de Alimentação Fora do Lar teve um reajuste inferior ao da refeição feita em casa, com uma margem de 1,94% em 2024. No entanto, desde 2020, bares e restaurantes acumularam uma inflação 16,3% menor que o setor supermercadista.

Alimentos mais afetados

Os itens que mais sofreram reajustes em 2024, segundo o estudo da Fhoresp, foram:

  • Carnes: 20,84%

  • Enlatados e conservas: 19%

  • Óleos e gorduras: 18,72%

  • Leite e derivados: 10,37%

  • Café: 8,72%

A alta no preço do café, por exemplo, foi impulsionada por fatores como mudanças climáticas, gargalos logísticos e a desvalorização do real.

Contexto nacional

O Brasil encerrou 2024 com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,83%, um valor 0,33% acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O segmento de alimentos e bebidas foi um dos que mais contribuíram para esse resultado.

A inflação dos alimentos tem impacto direto na população, especialmente nas famílias de baixa renda. O economista Luís Carlos Burbano, coordenador-chefe do Núcleo de Pesquisas e Estatísticas da Fhoresp, explica que, quando a inflação alimentar supera a média geral, as famílias que ganham até cinco salários-mínimos são as mais afetadas, pois o gasto com alimentação representa uma grande parcela do orçamento.

“A alta dos alimentos tira o poder de compra das famílias, uma vez que os vencimentos consomem a maior parte da renda. O reflexo é direto no consumo e na qualidade do que vai à mesa do brasileiro”, pontuou o economista.

 

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