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Semana de trabalho de quatro dias ganha espaço em países e levanta debate no Brasil

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Semana de trabalho de quatro dias ganha espaço em países e levanta debate no Brasil

Países como Reino Unido, Bélgica e Alemanha já testaram ou adotaram semanas de trabalho mais curtas, enquanto o Brasil ainda debate possíveis mudanças na escala 6x1.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Reprodução/Pixabay

Enquanto o Brasil ainda discute a possibilidade de alterar a atual escala de trabalho 6×1, diversos países já têm experimentado a adoção de uma semana de trabalho reduzida, com apenas quatro dias laborais. A iniciativa, além de beneficiar a saúde mental dos trabalhadores, também apresenta resultados positivos em produtividade, segundo levantamento publicado pelo portal Metrópoles.

Quatro países que adotaram a escala 4×1

Em 2022, o Reino Unido realizou o maior programa mundial de teste da jornada reduzida. Durante seis meses, mais de 60 empresas e cerca de 3 mil funcionários participaram do projeto, mantendo seus salários integrais mesmo com a carga horária diminuída. O resultado foi considerado um sucesso: tanto empresas do setor de fast food quanto grandes companhias de tecnologia adotaram permanentemente a nova rotina.

Nos Emirados Árabes Unidos, a cidade de Sharjah saiu na frente e foi a primeira do país a estabelecer a jornada de quatro dias para servidores públicos, também em 2022. A experiência foi bem-sucedida e trouxe melhorias na qualidade de vida dos funcionários, mas a mudança ficou restrita à cidade, sem se estender para todo o país.

Outro exemplo é a Bélgica, que, em 2022, se tornou o primeiro país europeu a aprovar legalmente a semana de trabalho de quatro dias em seu Acordo Trabalhista. A legislação belga, no entanto, manteve a carga horária semanal em 40 horas, permitindo que o funcionário concentre suas atividades em menos dias. Além disso, o país adotou a chamada cláusula do “direito à desconexão”, garantindo aos trabalhadores de empresas com mais de 20 funcionários o direito de ignorar comunicações fora do horário de expediente.

Já na Alemanha, entre 2023 e 2024, um programa experimental reuniu 41 organizações que testaram a jornada reduzida. Os resultados foram considerados promissores, e ao final do período, 73% das empresas que participaram afirmaram ter interesse em manter o formato de quatro dias. Apesar de não ter se transformado em uma política pública obrigatória, o país já registra uma das menores jornadas médias do mundo, com 34 horas semanais.

E o Brasil?

Por aqui, a discussão sobre a adoção de semanas de trabalho mais curtas ainda caminha a passos lentos. O modelo 6×1, com seis dias de trabalho e um de folga, continua sendo predominante. Especialistas apontam que a mudança exigiria uma ampla revisão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e adaptação por parte das empresas, mas a experiência internacional mostra que a medida pode representar ganhos tanto para empregadores quanto para empregados.

Com a crescente busca por maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a tendência de jornadas mais curtas pode, em breve, ganhar mais espaço no debate trabalhista brasileiro.

 

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