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Petrobras promete segurar preços, mas gasolina e diesel devem subir

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Petrobras promete segurar preços, mas gasolina e diesel devem subir

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Por: Pesquisa Web

Ataque à maior refinaria de petróleo do mundo, na Arábia Saudita, vai encarecer gasolina e diesel nas bombas brasileiras.

Apesar da disparada do preço do petróleo ontem, por causa dos ataques à refinaria da Arábia Saudita, a Petrobras não deverá repassar imediatamente os aumentos para o consumidor brasileiro. Nos próximos dias, a estatal vai avaliar o comportamento do preço do petróleo para, depois, decidir se irá revisar os preços dos combustíveis no Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disseram fontes da companhia. O executivo informou que não haverá repasse imediato nos preços, mas que vai continuar seguindo sua política de paridade, que atrela os preços às cotações no mercado internacional.

“Se essa alta não for repassada, por causa da pressão dos caminhoneiros, a imagem da Petrobras pode ser afetada. Ou seja, a governança da petroleira está em jogo”, disse Luís Sales, analista da Guide Investimentos. 

A expressão-chave na declaração da Petrobras é “nos próximos dias”. Se a cotação do petróleo não diminuir, especialistas afirmam que gasolina e diesel podem subir entre 8% e 10% nas refinarias brasileiras. O barril de petróleo disparou quase 15% – a maior alta desde a Guerra do Kuwait, em 1991. O atentado interrompeu a produção de 5,7 milhões de barris de petróleo diários, o que representa metade do exportado pelos sauditas e 5% do explorado diariamente no mundo.

Por isso, o consumidor deve se preparar para o aumento, diz a pesquisadora de energia da Fundação Getulio Vargas Fernanda Delgado. Ela diz que a política de preços da Petrobras é indicativo de que o valor deve subir caso a tensão internacional continue. “Acredito que foi um movimento conjuntural e, em duas semanas, o mercado deve se reorganizar. De qualquer forma, há tendência de alta no preço até o fim do ano”, diz.

Três meses

Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), afirma que, se o preço do petróleo se mantiver em alta nos próximos três meses, a Petrobras precisará aumentar o valor da gasolina e do diesel entre 8% e 10%. O analista afirma que há três consequências possíveis. A mais imediata é a valorização das reservas do pré-sal. A segunda é o aumento de arrecadação com royalties do petróleo. Por fim, ele acredita que, se a Petrobras não adotar postura política no controle dos preços, diesel e gasolina ficarão mais caros.

“O clima político não é favorável para o governo interferir no preço, ele vai perder uma batalha ideológica se o fizer. Quem vai arcar com esse custo será o consumidor”, endossa Vladimir Feijó, professor de direito e relações internacionais do Ibmec.

Por outro lado, o professor do Departamento de Ciência Política da UFMG Klaus Guimarães afirma que, historicamente, a retirada repentina de grandes quantidades de petróleo não traz efeitos fortes. “O risco é a escalada de conflitos no Oriente Médio, que pode ter impactos mais duradouros”, conclui. (O Tempo com agências)

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