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Mais de 30 mil trabalhadores podem ser demitidos na Bahia em 2020, aponta Fieb

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Mais de 30 mil trabalhadores podem ser demitidos na Bahia em 2020, aponta Fieb

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Por: G1

Mais de 31 mil trabalhadores podem ser demitidos na Bahia em 2020, por causa da crise provocada pela pandemia da Covid-19, segundo cálculos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Com as demissões, o setor perde mais de R$ 3,5 bilhões. 

Na indústria, os impactos chegaram com força. Em uma fábrica de calçados em Itapetinga, no sudoeste do estado, as demissões começaram nesta sexta-feira (29). A previsão é de que 600 funcionários sejam dispensados. Outra grande fábrica do setor, em Santo Antônio de Jesus, também vai fechar e pelo menos 400 funcionários vão ser despedidos. 

"Como o mercado retraiu, elas [as fábricas] estão efetivamente paradas. Alguns outros setores fizeram conversões ou estão trabalhando dentro de demandas que estão sendo potencializadas por este momento, quer seja no abastecimento, quer seja na área de saúde. Mas, de um modo geral, a indústria está sofrendo, como toda a economia vai sofrer, e nós devemos ter todo esse reflexo ao longo do segundo semestre", explicou Antônio Ricardo, presidente da Fieb. 

No comércio de Salvador, as perdas atingem pequenos e grandes empresários. Antônio Mazzafera é representante de uma rede de hotéis de luxo com unidades em São Paulo e na capital, onde precisou fazer uma demissão em massa. 

"Nós não teríamos condição nem de honrar, depois, o pagamento desses funcionários. Como o hotel foi fechado completamente, a nossa receita é zero, então nós só temos custos ultimamente. Não há como arcar com uma folha dessa nem com vários custos com o hotel fechado", disse Antônio. 

Uma pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Bahia, com empresários das áreas do comércio, serviços, construção civil e agronegócio, revelou que 43% das empresas suspenderam as atividades comerciais. 

Mais de 86% dos empresários disseram que a receita diminuiu nesse período, enquanto apenas 2,3% disseram que as vendas aumentaram. Para sobreviver, muitos deles precisaram se reinventar. 

"Primeiramente, eu dei férias, logo no retorno, entrei em acordo com elas para suspensão do contrato diante do acordo do governo. O governo está assumindo o salário das funcionárias e, logo no retorno, a clínica volta a assumi-las", comentou Jamile Martinelli, dona de uma clínica de fisioterapia e estética. 

O impacto de tudo isso já chegou às contas públicas. O governo do estado disse que, só em maio, a receita com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi R$ 900 milhões menor que o registrado no mesmo período de 2019. É quase metade do que se esperava arrecadar. 

"O maior problema é a renda. Se você não tem renda, você não tem consumo. Portanto, o desemprego bate na veia diretamente. Na hora que eu não tenho consumo na ponta, eu não tenho também economia, ou seja, eu não tenho compras para a indústria. Então você vai em um processo de cadeia", explicou Walter Pinheiro, secretário de planejamento da Bahia. 

O governador Rui Costa criou uma comissão para avaliar os impactos da pandemia nos diversos setores e planejar como será a retomada dos negócios. 

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