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Bahia
A celebração foi marcada por belas homenagens a personalidades importantes de diferentes segmentos.
Por: Camaçari Notícias
(Foto: divulgação/Assessoria Alice Portugal e Instituição Entidade Abayomi)
A celebração dos 11 anos de existência da Instituição Entidade Abayomi foi marcada por belas homenagens a personalidades importantes de diferentes segmentos da sociedade, durante ação afirmativa solene promovida na manhã de sábado, 4 de março, no Espaço Radagami, no bairro Simões Filho I, em Simões Filho, em agradecimento às pessoas parceiras que fizeram parte da trajetória da Abayomi e que contribuíram para o seu crescimento.
Na solenidade de aniversário de 11 anos da Abayomi, abrilhantada ao som do Cantor baiano Afro Jhow, personalidades ilustres e marcantes de diferentes áreas ou segmentos da cultura, da comunicação e da política foram homenageadas com uma placa, entre elas, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB), a deputada estadual Olívia Santana, também do PCdoB, Amália Leal, Samara Sodré, Sandro Roberto, Prefeito Diógenes Tolentino ‘Dinha’, que foi representado pelo Secretário Municipal de Cultura, Ailton Guerra, o cantor e compositor Tonho Matéria, Jorge Washington, Jô Salomão, Negra Jhô, os jornalistas Mário Nobre e Romário dos Santos, Ângela Guimarães e Edson Kipão, este último, não esteve presente por motivo de força maior.
A anfitriã da ação afirmativa, Mel Girassol, Influencer Digital e Coordenadora Geral da Instituição Entidade Abayomi, que idealizou a solenidade de entrega da honraria, destacou que esta iniciativa solene é um momento de reconhecimento aos parceiros que contribuíram e contribuem direta e indiretamente com relevantes serviços prestados na luta em defesa do ensino da cultura negra, contra o racismo e pelo papel na manutenção e respeito à cultura e a cultura afro-brasileira, à cidadania e aos direitos humanos, instrumentos que dão visibilidade à luta antirracista e antimachista como um marco da pluralidade e do respeito à diversidade, como avanço importante de grande significado que irá marcar os próximos anos.
“Foi um momento de comemorar com a favela 11 anos de resistência e de extremo respeito a toda e qualquer manifestação de fé, com muita dança e música”, expressou Mel, que destacou o empenho que a Instituição tem em guiar as pessoas que fazem parte da entidade através dos cursos, sobre a importância de conhecer a história, nossas origens, nossa ancestralidade e a desconstrução da endemonização dos povos de santo.
Para Mel Girassol, a instituição não só dá visibilidade e quebra preconceitos e estigmas na luta contra a discriminação, a desigualdade social, machismo e o racismo, como colabora para trazer à tona a necessidade de políticas públicas de combate ao racismo, a intolerância religiosa e também defende de forma veemente a luta da mulher, em especial, da mulher preta periférica, que sofre todo tipo de violência, mas que tem papel fundamental para a construção e conquista da democracia, da cidadania e do respeito à diversidade e a pluralidade no Brasil e que propagam o amor, a resistência, a força e a resiliência feminina.
“A Instituição Entidade Abayomi não tem e nunca teve uma religião definida, pelo contrário, é portas abertas a todos e a todas, pois esses são os verdadeiros ensinamentos de quem é do bem”, salientou Mel.
Além de enaltecer e reconhecer pessoas importantes que colaboraram e colaboram para a valorização e o reconhecimento da cultura negra local, o evento aberto ao público também proporcionou momento para reforçar a discussão e reflexão dos impactos do racismo e do machismo na sociedade e resgatar a mobilização histórica de mulheres negras para reaver as políticas conquistadas, mas descontinuadas nos últimos anos, com o intuito principal de visibilizar temas voltados à promoção dos direitos humanos de pessoas negras, em destaque das mulheres com recorte especial para o direito à participação da comunidade a partir de um olhar afrocentrado que valorize a produção independente, comunitária e livre, entre outros.
A Abayomi
Fundado em 2 de março de 2012, com a missão de valorizar a cultura negra e combater o racismo e o machismo, a intolerância religiosa e a vulnerabilidade social, a Instituição Abayomi é uma organização sem fins lucrativos, com atuação ativa e direta, que usa como base a Cultura Afro-Brasileira e Afrodescendente. A entidade é formada por uma equipe 95 % feminina, em especial, mulheres negras oriundas da favela simõesfilhense, com o intuito principal de visibilizar temas voltados à promoção dos direitos humanos com recorte especial para o direito à conscientização através do ensino da cultura negra, a partir de um olhar afrocentrado.
Muito bem aceita pela comunidade simõesfilhense, principalmente, entre as camadas sociais menos favorecidas, a Abayomi promove a formação do cidadão potencializada por meio da cultura através das aulas praticas-teóricas de arte, de Dança Afro (Afro-brasileiro, Dance Ragga Hall, Capoeira, Hip Hop, Coral Black, Agentes Culturais, Coreógrafos, Bailarinos, Capoeiristas, Arte-Educadores e Multiplicadores Culturais) e da música, em razão da falta de oportunidades, da discriminação e de outros fatores e conflitos sociais, que visam combater através da linguagem sociocultural a violência demasiada entre os jovens munícipes, a exclusão social, a evasão escolar, gravidez precoce, e assim, o risco social. A Abayomi conta ainda com o núcleo de doações, batizado de ‘Ajeum’, palavra em iorubá que significa ‘comida para todos’, núcleo responsável pelas doações às famílias participantes dos projetos. Quinzenalmente, são doados 300 kg de verduras, mas as famílias também já receberam cestas básicas, leite, kits bebês, pães, ovos e peixes. São 230 famílias assistidas.
Através destes projetos, a Abayomi visa atingir direta e indiretamente 65% dos jovens munícipes ao decorrer de cada ano, fortalecendo assim os valores éticos nas relações, que é fundamental para a construção de uma sociedade democrática, onde o educando(a) é preparado(a) para respeitar as crenças religiosas, condição sexual e descendência racial.
Abayomi é, acima de tudo, a ligação da cultura interna de cada ser, para consigo mesmo, o reconhecimento da sua estética, sem as desnecessidades agressivas impostas pela sociedade. “O objetivo central é sim, não só a formação cultural, mas a do ser humano, capaz de respeitar as diferenças, entender que convive em um país pluricultural, onde o diferente não é ofensivo, mas sim, diferente, apenas diferente. Ensinar exige o reconhecimento da identidade cultural, como também entender que, não é apenas transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a existência do autodidata”, descreveu Mel Girassol.
Texto: Por Rafael Santana
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