Casal de PMs entrega 'falso' atestado de Covid para curtir praia paradisíaca na Bahia

Vinícius da Cunha Sette e Sabrina Santos Araújo Garcia são lotados na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Além de dividir a vida na mesma profissão, os dois também são um casal. Entre as ações tomadas juntos, eles solicitaram folga para viajar no Réveillon, em dezembro do ano passado, mas o pedido foi rejeitado pelo comando da corporação, de acordo com informações divulgadas pelo portal Metrópoles.

O destino seria Porto Seguro, no estado da Bahia. No entanto, insatisfeitos com o retorno negativo da corporação, o homem, de 33 anos, e a mulher, de 29, acionaram a corporação com atestado médico por Covid-19, um dia depois. Dessa forma, os namorados tiveram que se ausentar do trabalho por supostamente estarem com o vírus. 

Apesar disso, a medida era uma fraude. Isso porque, no decorrer do afastamento, conforme investigação da corporação, eles embarcaram em um voo comercial rumo à cidade de Porto Seguro no último dia de 2022. A mulher voltou para Brasília no quarto dia do ano seguinte, e o namorado, no dia 5 de janeiro.

Dentro do período de viagem do casal, a tropa da Polícia Militar estava de prontidão em virtude da cerimônia de posse presidencial na Esplanada dos Ministérios, ocorrida no dia 1º de janeiro. O atestado de Sabrina era válido por cinco dias, já o de Vinícius por dois a mais.  

Como a situação gerou estranheza, o comando da PMDF abriu a investigação contra o casal. Em um documento, o órgão evidencia que nenhum dos policiais procurou oficialmente a seção administrativa para adquirir as folgas porque “já tinham conhecimento de que tal pedido seria negado”.

Dessa maneira, procedimentos de Investigação Preliminar (PIP) foram abertos contra os dois. Ainda conforme a publicação, o órgão esclareceu que “os policiais militares respondem a processo ético disciplinar que encontra-se em andamento. Não podendo ser divulgado em face do sigilo legal imposto às referidas apurações”.

Até o último mês de abril deste ano, Sabrina e Vinícius figuravam como soldados de primeira classe no Portal da Transparência do DF. Eles recebiam a remuneração bruta de cerca de R$ 7.790,43. 

Em contato com à PMDF, ele enfatizou que teve sintomas na manhã do dia 30 de dezembro e que viajou tomando “todos os cuidados relativos à Covid, utilizando máscaras, álcool em gel, evitando locais fechados”. A instituição acredita que há indícios de condutas contrárias à disciplina exigida pelo contexto militar e de autoria e materialidade de crime. 

Conforme o relato de Sabrina, o casal de namorados viajou por entender que, como os dois estavam de dispensa médica e não poderiam mais comparecer a nenhum serviço da PMDF no período em questão, a opção era viajar para não perder o dinheiro investido.

Cenário

Ainda conforme o Metrópoles, a defesa de Vinícius Sette alegou que ele responde a um processo administrativo na corporação e apenas se manifestará nos autos. Em contrapartida, a defesa de Sabrina Santos não retornou.

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