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Bahia
Corpo da Yalorixá foi enterrado neste sábado após ritual e caminhada.
Por: Camaçari Notícias
(Foto: Janaína Neri)
Em meio ao luto e medo, a família da líder quilombola, Mãe Bernadete, assassinada brutalmente na última quinta-feira (18), optou por deixar o Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. O advogado da família, David Mendez, confirmou que a mudança ocorreu no mesmo dia do crime, priorizando a segurança dos familiares.
Segundo Mendez, o impacto emocional e psicológico da tragédia está sendo profundo. O filho de Bernadete, Wellington Pacífico, está focando na proteção espiritual da família, enquanto o neto se tornou um pilar de suporte para a mãe e viúva de Binho do Quilombo, outro filho da líder, executado em 2017.
A comunidade local acredita que o crime teve a intenção de implantar medo na região. Mãe Bernadete foi brutalmente assassinada em sua casa, diante de seus netos. Tal acontecimento levanta preocupações sobre a segurança dos moradores, principalmente os mais conhecidos e ativos na defesa dos direitos quilombolas.
A proposta de proteção da Organização da Sociedade Civil Ideas – Assessoria Popular foi rejeitada pela família. Em vez disso, optaram por uma escolta policial contínua, garantida pelo governador Jerônimo Rodrigues. O advogado expressou preocupações sobre a duração da escolta, ressaltando a necessidade de proteção além do período de repercussão midiática.
O estado de segurança do quilombo em que Mãe Bernadete vivia é questionável. Das sete câmeras instaladas, apenas três estavam operacionais. Além disso, a promessa de segurança se resumia a uma ronda diária, muitas vezes superficial.
As investigações sobre o crime estão em andamento. Conflitos por território, intolerância religiosa e tráfico de drogas estão entre as principais linhas de investigação. Mendez indica que a principal preocupação é com o conflito fundiário, relacionado à extração ilegal de madeira e à falta de demarcação clara das terras quilombolas.
Mendez também ressaltou o impacto da construção da Colônia Penal de Simões Filho em 2002 na comunidade. Originalmente apresentada como uma fábrica de sapatos, a instalação acabou introduzindo problemas relacionados ao tráfico de drogas e às facções criminosas no Quilombo Pitanga dos Palmares.
A busca por respostas continua, enquanto a comunidade e a família de Mãe Bernadete buscam justiça e segurança no rescaldo desta tragédia.
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