Estelionato digital: golpes eletrônicos aumentam 80% na Bahia

Em 2023, a Bahia registrou 7.515 casos de estelionato digital, um aumento de 79,7% em relação a 2022, quando houve 4.183 ocorrências. Esses crimes, que substituem os roubos de rua, têm se tornado cada vez mais frequentes no estado, com uma média de 20 vítimas diárias. Os principais métodos incluem links maliciosos, fraudes em redes sociais e ligações falsas sobre compras no cartão de crédito.

O crescimento do estelionato digital na Bahia é o quinto maior do Brasil, atrás de Paraíba, Roraima, Piauí e Amazonas. Enquanto a média nacional de crescimento foi de 13,6%, a Bahia enfrentou um aumento quase seis vezes maior. O promotor Dario Kist, do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos, atribui esse aumento à popularização das redes sociais e à falta de denúncias e recursos para investigações adequadas. A colaboração limitada das empresas de tecnologia também dificulta a resolução dos casos.

Entre janeiro e julho de 2024, a Polícia Civil registrou 16.082 ocorrências de estelionato digital. A falta de denúncias e de infraestrutura nas delegacias, além da resistência das empresas tecnológicas em fornecer dados, são desafios para o combate a esses crimes.

O estelionato é um crime desde 1940, e a Lei 14.155 de 2021 aumentou as penas para estelionatos virtuais. Durante a pandemia, as organizações criminosas se adaptaram ao ambiente digital, o que levou ao aumento dos crimes virtuais e à diminuição dos roubos físicos na Bahia, que caíram 10,7% de 2022 para 2023.

Apesar do crescimento do estelionato digital, os celulares continuam sendo alvo de roubos e furtos, devido ao acesso que proporcionam a contas bancárias e redes sociais. Salvador é a quarta cidade com maior taxa de roubos de celulares no Brasil. Para combater esse problema, o programa Celular Seguro, lançado pelo Ministério da Justiça, permite o bloqueio de contas após o registro de roubo ou furto. A Bahia é a quarta no ranking de pedidos de bloqueio, com 5.222 ocorrências.