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Bahia
A dificuldade de produção da vacina começou desde que a única fábrica nacional foi interditada pela Anvisa.
Por Pesquisa Web
(Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE)
Usada na prevenção dos tipos mais graves de tuberculose, a vacina BCG corre o risco desabastecimento no estoque em todo o país. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), ainda não há motivo para se preocupar, mas houve redução. A Bahia recebeu 45 mil doses, em maio, e 45 mil em junho, o que é cerca de 1/3 da necessidade mensal do estado, que é de 150 mil a 200 mil doses. As informações são do A Tarde*
“Em termos práticos, ainda não vemos o reflexo desse desabastecimento na Bahia, mas estamos tomando muito cuidado e vamos emitir alerta para que os municípios se empenhem em otimizar o uso do imunizante. Cada ampola da BCG tem de 10 a 20 doses do imunizante que, depois de aberta, possui uma validade de 6 horas. Mas a prioridade sempre é a criança, mesmo que apenas uma apareça no dia, ela deve ser vacinada, mesmo que as doses restantes sejam perdidas. Por isso, a necessidade de que os municípios tenham estratégias que não só otimizem a aplicação, mas que também não criem barreiras de acesso a essas doses”, explica o técnico da Coordenação Estadual de Imunização, Ramon Saavedra.
Em 29 de abril, o Ministério da Saúde emitiu, por ofício, a informação de que a partir de maio, e por 9 meses, iria reduzir a quantidade de doses de vacina BCG aos estados e que estes deveriam fazer uso racional das quantidades enviadas.
Interdição
De acordo com a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), a dificuldade de produção da vacina começou desde que a única fábrica nacional, a Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), foi interditada por não cumprir exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Prevenção
Diante disso, o Ministério da Saúde enviou o comunicado em maio, prevendo falta e pedindo aos estados que criassem estratégias.
O rompimento do fornecimento da vacina BCG afeta as redes públicas e particulares de saúde e com a redução do fornecimento, afirma a ABCVAC, e alguns estados já começaram o racionamento do imunizante no intuito de evitar o desabastecimento.
Em Salvador, esse cuidado sempre foi tomado, afirma a coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Doiane Lemos, justamente pela formulação da BCG.
“Uma vez diluída, ela só pode ser usada por 6 horas, então, para que possamos aproveitar essas doses, então temos dias de BCG, com unidades específicas realizando a aplicação delas em alguns dias da semana. Outra estratégia que usamos é a de aplicar os imunizantes quando os bebês ainda estão na maternidade. A verdade é que Salvador aproveita muito essas vacinas, pois além dos bebês daqui, muitas mães de outras cidades vêm ter seus filhos na capital, que tomam a vacina”, explica.
Doiane salienta que os postos em Salvador ainda não estão sentindo esse desabastecimento e que a SMS continua fazendo vários movimentos para que as pessoas entendam a importância da BCG e voltem a vacinar seus filhos, com essa e outras vacinas, já que a queda na cobertura das vacinas iniciais aumentou nos últimos anos. “Temos feito um movimento junto a Secretária Municipal da Educação e o Ministério Público, onde, na matrícula escolar, é solicitada a apresentação da caderneta de vacinação em dia, por exemplo”, detalha Doiane.
Importância
A vacina BCG é uma das primeiras que tomamos na vida e Doiane Lemos destaca que, ao longo dos anos, o imunizante mais do que deixou evidente o seu potencial de longevidade dada aos vacinados.
“Muitas crianças não morrem por causa dela, então precisamos focar em sensibilizar os pais quanto a importância de levar seus filhos aos postos e manter a caderneta de vacinação em dia”, alerta.
De acordo com Ramon Saavedra da Sesab, mesmo que a pandemia tenha agravado a queda na cobertura vacinal, isso já vem acontecendo há mais tempo.
“A queda, que é um verdadeiro problema de saúde pública, vem acontecendo desde 2016. Só para ter ideia, a cobertura, em 2015, na Bahia foi de 102,9%, enquanto em 2021 foi de apenas 59,5%. Já os dados parciais do 1º semestre de 2022 apontam que 45,93% do público alvo, que é de crianças menores de 1 ano, foi vacinado. Mas já começamos a perceber que a rotina de vacinação está sendo retomada e as pessoas têm ido aos postos tomar outros imunizantes além do que combate a Covid-19", aponta.
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