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'Quase caí pra trás', diz mulher que recebeu conta de água de R$ 4 mil

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'Quase caí pra trás', diz mulher que recebeu conta de água de R$ 4 mil

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Por: Pesquisa Web

Já pensou pedir uma segunda via de uma conta de água que não chegou por correspondência e se deparar com um débito de quase R$ 4 mil reais? Foi o que aconteceu com a autônoma Izabel Torres, de 60 anos, que viu sua conta pular dos habituais R$ 75 para exatos R$ 3.585,29.

“Eu quase caí pra trás quando a moça me mostrou no computador”, relata. Como se recusou a pagar o valor, ela teve o serviço cortado e está sem água há 14 dias.

A história começou quando a medição de consumo de da casa de Izabel não pôde ser realizada. Ela conta que mensalmente recebe a visita de um funcionário da Empresa Baiana de Águas e Saneamento Básico (Embasa) para fazer o serviço e a entrega da conta, com o valor devido por ela.

No mês de maio, no entanto, quando o funcionário foi conferir o consumo da conta a ser paga até dia 13 de junho, não entregou nenhum boleto, nem informou o valor devido. “Ele entregou o da casa de baixo e disse que tinha havido um problema com o meu, que não tinha dado para medir, que ele ou um colega retornaria pra fazer a medição antes do dia 5”, explica.

Como ninguém voltou à residência, Izabel ficou impossibilitada de pagar a conta. Procurou a Embasa e tomou um susto com o tamanho da dívida. “A moça me orientou a contratar um encanador, disse que provavelmente tinha vazamento em minha casa. E eu sabia que não tinha”, reclama.

Mesmo certa de que não havia qualquer problema, a autônoma seguiu as orientações e contratou o profissional, que confirmou não haver qualquer vazamento na casa, que fica no Engenho Velho da Federação. 

Com a análise do profissional, Izabel voltou à empresa para reclamar e recebeu uma nova orientação, de redigir uma carta reclamação relatando o fato. Cumprido mais esse pedido, a cliente recebeu da Embasa a proposta de pagar R$ 300.

“Eu não queria ficar em débito, ainda perguntei se eles parcelavam, mas tinha que pagar tudo de vez. Eu não ia arcar com um erro que era deles. Não era justo pagar se eu não consumi aquela água”, critica.

As contas dos meses seguintes, pagas em dia pela usuária, vieram com valores normais dentro da média do que geralmente é consumido por ela. Agora, a única conta em aberto na casa de Izabel é a dívida astronômica de quase R$ 4 mil. Só que o não pagamento desta fatura gerou o corte do serviço, que ocorreu no último dia 30.

Sem conseguir acordo com a Embasa, a cliente resolveu levar a história para a Justiça. “Para ter água, preciso pedir à vizinha. É uma luta”, lamenta.

Depois que história de Izabel chegou à imprensa, ela diz já ter recebido mais duas ligações da Embasa para o fechamento de um acordo. “Eles agora dizem que posso dividir os R$ 300 em quantas vezes eu quiser, mas eu disse que eu devo, no máximo, R$ 80. Se eles baixarem para esse valor, eu pago”, completou.

Procurada, a Embasa informou que, apesar do valor da fatura de maio destoar de todas as outras, "isso não demonstra que está errada, pois diversos fatores podem causar variação no volume de água consumido de um mês para o outro, como vazamento interno ou mudança nos hábitos de consumo, realização de obra/reforma no imóvel, presença de maior quantidade de pessoas na residência, esquecimento de alguma torneira aberta, entre outros".

A empresa informou ainda que realizou a aferição do hidrômetro de Izabel e verificou que houve, de fato, a passagem de 148 metros cúbicos (m³) de água pelo contador do equipamento no período de leitura, de 22 de março a 23 de abril de 2019. Isso equivale, juntamente com o percentual de tarifa de esgoto, a uma fatura no valor de R$3.583,59.

Segundo a fornecedora de água, quando um imóvel apresenta um consumo muito maior do que seu histórico, a empresa retém a fatura e, constatando que está correta, entra em contato para que seja verificado o que causou o consumo excessivo de água. Quando o cliente demonstra que o problema foi sanado, "a Embasa concede o benefício de gerar uma nova fatura, conforme cálculos previstos nas normas comerciais da empresa, a partir do seu histórico de consumo".

No caso de Dona Isabel, esse cálculo resultou na proposta de cobrança de 25 m³, na fatura de maio, que equivale ao valor de R$ 354,85. "Vale destacar que, quando a Embasa oferece a retificação de uma fatura correta para um valor muito inferior (no caso, passando de R$3.583,59 para R$ 354,85), a empresa está, na verdade, arcando com o prejuízo em benefício do cliente, já que a maior parte da água que efetivamente passou pelo hidrômetro não está sendo paga. Conforme as normas comerciais da empresa, esse benefício só pode ser concedido ao cliente uma vez por ano".

Por fim, a fornecedora de água disse que "assim que a cliente finalizar a negociação e quitar a fatura, a empresa retomará o fornecimento da água".

Histórico 
De acordo com o ranking do cadastro de reclamações do Procon-Ba, em 2019 foram registradas 3.393 reclamações registradas até julho. Dessas, 2.625 são de cobranças indevidas, como a de dona Izabel; 193 são casos de serviço não fornecido; e 203 dúvidas sobre o valor cobrado.

No ano passado, foram registradas 3.706 reclamações contra a Embasa por casos de cobrança indevida de valores. Além disso, houve 247 reclamações por serviço não fornecido e 232 dúvidas sobre o valor cobrado. Ao todo, foram 4.700 registros. Fonte: Jornal Correio*

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