Casos de abusos sexual em Camaçari acendem sinais de alerta

(Imagem ilustrativa)

Dor, medo, tristeza, revolta e vergonha são alguns dos sentimentos que vivencia uma vítima de abuso sexual. Na maioria dos casos, os algozes são conhecidos, vizinho, colega de trabalho, um membro da família. Recentemente, dois casos de abuso sexual ganharam notoriedade em Camaçari, os crimes foram praticados por pessoas próximas das vítimas, que são menores de idade.

Recentemente veio a público um caso que assustou Camaçari. O diretor de uma escola evangélica foi acusado de abusar sexualmente de uma menina de 13 anos. O caso foi descoberto em julho deste ano, depois que a mãe da adolescente desconfiou de comportamentos estranhos da filha e a questionou o que estava acontecendo.

Depois que a menina se abriu com a mãe, a mulher registrou ocorrência contra o suspeito na 18ª Delegacia Territorial de Camaçari.

De acordo com a psicóloga, Miriam Brito, a vítima do abuso sexual pode apresentar alguns sintomas e dá sinais que algo não vai bem, mas a família ou responsáveis devem ficar atentos a mudança de comportamento. “A criança, vítima de abuso, pode se queixar de dores, irritação na pele, desenvolver uma vontade de morrer, pois ficam muito tristes e com medo de se relacionar com pessoas, por que a inocência da vítima foi violada, então ela não sabe como lidar com sentimento e emoções”, explica Brito.

Segundo Miriam, geralmente os abusadores estão perto da criança. “Os abusadores estão muito perto. São pessoas que estão para acolher e cuidar, mas acabam ferindo a criança. Por isso, devemos ter cuidado e conversar sempre com ela e validar o sentimento, o que a criança diz”, alerta.

O Camaçari Notícias, entrou em contato com a titular da 18ª Delegada Titular da DT/ Camaçari, a delegada Danielle Monteiro, mas a autoridade policial preferiu não se pronunciar sobre o assunto, para evitar maior exposição da menor. O caso está sob investigação e também é acompanhado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Outro caso

No início do mês de setembro, Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra uma mulher em Camaçari acusada de mandar imagens pornográficas da própria filha, para homem que conheceu nas redes sociais.

A PF detalhou que se trata de uma criança e que os delitos praticados encontram previsão nos Arts. 240, 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, tendo as penas previstas de até oito anos de reclusão.

A criança e a família são acompanhadas pelo Conselho Tutelar de Camaçari, que avaliará as medidas que devem ser adotadas, junto com a polícia.

Neste caso, a psicóloga destaca que a genitora da criança é uma abusadora sexual. “Essa criança pode desenvolver traumas sexuais terríveis de nunca ter uma relação sexual satisfatória, compulsão alimentar, automutilação, desenvolver uma compulsão sexual, porque ele teve a sua inocência violada. Precisamos acolher o mais rápido possível para que essas memórias sejam dessensibilizadas para que essa criança comece a ter uma vida, apesar desse trauma. Mas, é uma violação que pode ficar para a vida toda”, conclui.

Segundo a Polícia Federal, a mulher responderá por crime de exploração sexual infantil e disponibilização de conteúdo relacionado a tal prática.

Por Maryane Meira

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