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Aumento alarmante: violência armada contra mulheres lidera ranking em Salvador e RMS
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Os dados mostram uma triste realidade: o perfil das vítimas não é aleatório.
Por Camaçari Notícias
Salvador e sua Região Metropolitana enfrentam um preocupante aumento na violência armada contra mulheres, conforme apontam dados recentes do Instituto Fogo Cruzado. Segundo a instituição, até o dia 15 de agosto deste ano, o número de mulheres mortas por disparos de arma de fogo chegou a 66. O caso mais recente é o de Paloma Assis São Pedro, de 30 anos, brutalmente executada no bairro de Tancredo Neves.
No primeiro semestre de 2023, foram registradas 54 mortes de mulheres por disparos de arma de fogo, representando um crescimento de 63% em relação ao segundo semestre do ano anterior. Segundo o Fogo Cruzado, o número de mulheres baleadas também aumentou, saindo de 62, no segundo semestre de 2022, para 102, em meados de agosto de 2023.
Os dados mostram uma triste realidade: o perfil das vítimas não é aleatório. As mulheres, sobretudo negras e moradoras de áreas periféricas, têm sido alvos crescentes dessa onda de violência. Segundo Sergio Cabral, especialista em segurança pública, este fenômeno é reflexo de uma crise mais ampla na segurança, potencializada por uma sociedade que não confia nas instituições e que, frequentemente, recorre às armas como forma de “solução”.
"Primeiro, há uma sociedade violenta que não confia nas instituições, que, muitas vezes, acabam não dando resposta para a sociedade. Então há mais armas nas ruas para uso de força letal pelas pessoas. Quanto mais armas nas ruas, há mais chances de uso dessas armas", aponta Cabral.
O especialista enfatiza também o papel do machismo estrutural na sociedade, que torna as mulheres, especialmente as negras, ainda mais vulneráveis a estas violências. Essa vulnerabilidade se intensifica quando associada a outros indicadores sociais, como classe e sexualidade.
Para enfrentar essa grave situação, Cabral sugere o fortalecimento de políticas públicas sensíveis a esses recortes sociais. Ele destaca a importância de investir em delegacias especializadas no atendimento à mulher, que podem funcionar como um canal eficaz na redução de homicídios contra mulheres.
"É preciso que haja o fortalecimento de delegacias da mulher, que são um canal fundamental para reduzir homicídios contra mulheres, porque ao irem às delegacias, as mulheres denunciam o crime e ele tem chance de ser investigado. Se há investigação, há chances dos agressores interromperem a escalada de violência. Então, é preciso ter políticas adequadas e, nesse sentido, as delegacias são um bom instrumento para começar a redução de casos de feminicídio", completa Cabral.
Esta matéria busca ressaltar o alarmante crescimento da violência armada contra mulheres em Salvador e Região Metropolitana, e reforça a necessidade urgente de políticas públicas que atendam às especificidades dessa parcela da população, que está em risco constante.
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