Em guerra com a milícia, bandidos sequestram líder ao se passarem por policiais
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Polícia
Policiais militares apreenderam quatro armas de fogo, munições e drogas com suspeitos do tráfico.
Por Sites da Web
Quatro homens morreram durante uma operação policial no distrito de Acupe, em Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia, na noite desta sexta-feira (29).
Segundo a Polícia Militar, o confronto com suspeitos aconteceu depois que os policiais militares da CIPT Rondesp Recôncavo receberam denúncias de que homens ostentavam armas e comercializavam drogas na localidade conhecida como Rua da Prainha.
Ao chegarem ao local indicado pela denúncia, os militares surpreenderam um grupo de indivíduos que, diante da presença policial, efetuaram disparos contra os agentes. Houve um intenso tiroteio.
Ainda em nota, a PM informa que, após a troca de tiros, quatro suspeitos foram encontrados feridos. Eles foram socorridos para o Hospital Nossa Senhora Natividade, em Santo Amaro, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.
Com eles, foram apreendidos uma espingarda calibre 12, três pistolas de calibres diversos, sendo duas com numeração raspada, munições de calibre 12, 9mm e 380, carregadores para armas de fogo, 262 pinos de cocaína, 196 porções de maconha, 38 pedras de crack, sete aparelhos celulares, duas máquinas de cartão bancário, um caderno de anotações, uma blusa camuflada, embalagens para o acondicionamento e comercialização de drogas, além de RS 4.063,20 em espécie.
Todo o material apreendido foi encaminhado para a delegacia de Santo Amaro, onde a ocorrência foi registrada.
Escalada da violência em Santo Amaro
Região de Santo Amaro vive aumento da violência após a chegada de integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP), a segunda maior facção do Rio de Janeiro e arquirrival do Comando Vermelho (CV), que controla o tráfico na cidade.
Há cerca de quatro meses os santamarenses do bairro do Bonfim acordaram com as paredes de suas casas, muros e estabelecimentos comerciais pichados com a sigla do Bonde do Maluco (BDM) sobre as iniciais do TPC. De acordo com o universo das organizações criminosas, isso significa que a facção local, neste caso o BDM, a maior facção criminosa da Bahia, está “fechada”, que é a mesma coisa de “aliada”, com o TCP.
A aproximação entre o BDM e o TCP se deu através do traficante santamarense conhecido como Cabeça, quando há alguns anos cumpria pena em Bangu 1, no Rio. De volta a Santo Amaro, Cabeça gerencia o tráfico nos bairros de Nova Santo Amaro e Sacramento, uma das principais áreas de atuação do BDM.
Até a chegada da notícia da “dobradinha”, era sabido que o BDM tinha o apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa de São Paulo e a maior do país. A relação entre as duas foi construída com o PCC fornecendo drogas e armas. Porém, não se sabe ao certo se acabou, mas o que é de conhecimento em Santo Amaro, inclusive comentado pelos próprios policiais, é que essa aliança teria sido rompida, por vários motivos.
O primeiro e mais importante seria o fato de o PCC não se estabelecer na Bahia, como fez em Sergipe, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. Desta forma, o BDM vem enfrentando grandes batalhas com o fortalecimento do CV em Salvador e sua expansão para outras cidades.
“Além do agravamento na disputa por territórios, esse Terceiro Comando Puro tem o modo de operação muito mais agressivo, mais do que o PCC. Tudo indica que o PCC tinha objetivos maiores ligados ao tráfico internacional e talvez não tivesse dando a assistência que o BDM necessita”, avaliou o especialista em segurança pública, o coronel Antônio Jorge, coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio FIB da Bahia.
O segundo ponto é que já havia o desejo do TCP de se fixar na Bahia, por causa da dimensão territorial, e também pela facção e o BDM terem um mesmo inimigo em comum, o CV. Mas essa perigosa “dobradinha” pode ter outro efeito. O surgimento de mais uma nova organização criminosa. “Tudo vai depender como as peças serão mexidas nesse tabuleiro. Não foi à toa que a Secretaria da Segurança Pública fez recentemente um acordo com a Polícia Federal, criando uma espécie de força-tarefa, pois a tendência é que haja um agravamento neste cenário de disputas”, comentou o coronel Antônio Jorge. Fonte: Jornal Correio*
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