Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Polícia

/

Governo da Bolívia anuncia prisão de 17 pessoas envolvidas em tentativa de golpe de Estado

Polícia

Governo da Bolívia anuncia prisão de 17 pessoas envolvidas em tentativa de golpe de Estado

Ministro de Governo do país disse que a polícia trabalha para desmantelar uma 'rede antidemocrática' que tentou quebrar a ordem constitucional.

Por Sites da Web

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O governo boliviano anunciou nesta quinta-feira a detenção de 17 pessoas, incluindo militares ativos e reformados, além de vários civis, pela suposta ligação com a tentativa de golpe de Estado contra o presidente de esquerda Luis Arce nesta quarta. Mais cedo, o ministro do Governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, divulgou que cerca de dez militares envolvidos tinham sido apreendidos. Ele afirmou que a polícia está trabalhando para desmantelar uma “rede antidemocrática” que tentou quebrar a ordem constitucional. A informação é do O Globo*

"Temos bastante informação para poder desmantelar toda essa rede antidemocrática, que foi formada por um grupo minúsculo de militares que tiveram a ousadia de tentar tomar o poder pela força com metralhadoras, com veículos", afirmou Del Castillo.

Também nesta quinta-feira, a ONU pediu uma investigação “exaustiva e imparcial” sobre as acusações de atos de violência em torno do golpe fracassado na Bolívia e solicitou “julgamentos justos” para os detidos. A tentativa de golpe agravou a tensão no país andino, confrontado com um prolongado declínio econômico.

O general Juan José Zúñiga, apontado como o responsável por tentativa de golpe de Estado na Bolívia, foi preso ainda na noite de quarta-feira. A prisão foi determinada pela Procuradoria-Geral do país. Ao ser capturado, o ex-comandante das Forças Armadas acusou, sem provas, o presidente Luis Arce de encenar um "autogolpe" para "aumentar sua popularidade".

Segundo publicado pelo El País, Zúñiga disse a jornalistas que esteve com o presidente no domingo, ocasião em que Arce teria reclamado que a situação estava "muito complicada". Segundo o general, o presidente propôs "montar algo" para elevar a popularidade. Zúñiga afirmou ter questionado se veículos blindados deveriam ser usados, e o chefe de Estado teria dado sinal positivo.

Enquanto Zúñiga era preso, de acordo com imagens da televisão estatal, o vice-ministro de Governo, Jhonny Aguilera, declarou: "Está detido, meu general!". O ex-comandante havia cercado o palácio presidencial por horas com tropas e veículos blindados. Ele afirmou que "a mobilização de todas as unidades militares" busca expressar sua insatisfação com a situação do país.

"Já basta. Não pode haver essa deslealdade", afirmou, acrescentando que continuava obedecendo ao presidente Arce "por enquanto", mas que tomaria medidas para "mudar o Gabinete de governo".

Arce convocou os bolivianos a se mobilizar contra uma tentativa de "golpe de Estado" e nomeou um novo comando militar horas depois de ter pedido respeito à democracia ao denunciar "mobilizações irregulares" de militares em frente ao Palácio Queimado, a sede presidencial em La Paz, na Praça Murillo. Em meio à movimentação das tropas, Arce anunciou o general José Wilson Sánchez Velázquez como novo comandante das Forças Armadas, sucedendo ao general José Zúñiga.

Golpe fracassado

Ao assumir, Sánchez ordenou o regresso das tropas a seus quartéis, que procederam a se desmobilizar da praça. A tentativa de golpe foi condenada por todo o espectro político boliviano e pela comunidade internacional. Em nota, o governo brasileiro condenou, "nos mais firmes termos", a tentativa de golpe com a mobilização irregular de tropas do Exército "em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país".

Depois das 17h na Bolívia (18h em Brasília), Arce fez um pronunciamento desde a Casa Grande do Povo, um edifício adjacente à sede do governo, para transmitir uma mensagem de união e calma à população. Ao lado dos ministros de seu gabinete e da vice-presidente David Choquehuanca, enfatizou a necessidade de "aplacar os apetites inconstitucionais”.

"Convocamos o povo boliviano a se mobilizar e a manter a calma contra o golpe de Estado, em favor da democracia", disse Arce. "Todos juntos vamos derrotar qualquer intentona golpista."

Mais tarde, depois que os militares começaram a deixar a praça, Arce discursou perante centenas de seguidores desde o balcão do palácio presidencial. Ele afirmou que "ninguém pode tirar a democracia que conquistamos" e que "estamos seguros que vamos seguir trabalhando". Ao ordenar o retorno das tropas aos quartéis, o novo comandante militar nomeado por Arce disse que "o general Zúñiga foi um bom comandante, e lhe pedimos que não derrame o sangue de nossos soldados".

"Sejamos cientes de que o governo legalmente constituído permanece, de acordo com as normas do Estado", afirmou Sánchez.

No início do levante na Praça Murillo, o general Zúñiga, que estava no cargo desde novembro de 2022, alertou que não permitiria uma possível nova candidatura em 2025 do ex-presidente Evo Morales (2006-2019). Antes de entrar num veículo blindado, ele declarou que "as Forças Armadas pretendem reestruturar a democracia que seja uma verdadeira democracia, não de uns donos que já estão 30 e 40 anos no poder".

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia.

Relacionados

VER TODOS