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Polícia
Em pouco mais de 2 anos, 76% das escolas públicas de Salvador registraram tiroteios no seu entorno
Por CN com Assessoria de Comunicação
O cotidiano escolar em Salvador é marcado por tiroteios e disparos de armas de fogo. Dos 200 dias que devem compor o ano letivo, em média, em 161 deles foi registrado ao menos um tiroteio no entorno de uma unidade escolar. Isso quer dizer que em 81% do ano letivo as crianças e adolescentes matriculadas em escolas estaduais ou municipais da cidade convivem com a violência armada no entorno de suas escolas. O levantamento inédito foi realizado pelo Instituto Fogo Cruzado e pela Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, a partir de dados fornecidos pelas secretarias de educação à Defensoria Pública da Bahia, por meio da Especializada de Direitos Humanos e do Núcleo de Equidade Racial. Os dados considerados na pesquisa vão de 04 de julho de 2022 a 30 de agosto de 2024.
Para mensurar a violência armada no entorno das unidades educacionais, o levantamento partiu do total de tiroteios registrados em Salvador pelo Instituto Fogo Cruzado. Os dados então foram cruzados com a localização das escolas municipais e estaduais da capital. No período analisado, foram mapeados 2.793 tiroteios e 1 em cada 4 deles ocorreu no entorno de uma escola (26%). O total de tiroteios mapeados próximo a unidades escolares foi de 728, o que significa dizer que, em média, são registrados 30 tiroteios por mês em uma distância de até 300 metros dos colégios da cidade.
A polícia destaca-se como um dos motores da violência armada que afeta a educação em Salvador. Do total de tiroteios registrados no entorno de escolas, 43% ocorreram durante ações ou operações policiais (315). Quando analisamos separadamente a quantidade de tiroteios com e sem envolvimento de policiais, vemos que a chance de um tiroteio envolvendo forças de segurança ocorrer no entorno escolar em dia letivo (29%) é maior do que a de tiroteios que não envolveram policiais (24%).
"A diferença é significativa. Esperávamos que, ao contrário das ações de criminosos, as forças policiais contribuíssem para a nossa segurança e não colocassem a comunidade escolar mais em risco", afirma Maria Isabel Couto, diretora de dados e transparência do Instituto Fogo Cruzado, responsável técnica pelo levantamento. "A pergunta que fica é qual o ganho desta política? Quantos grupos armados foram desarticulados depois de tantos tiros? Qual o indicador que mostra o sucesso dessa estratégia? Nenhum. O que temos são milhares de crianças com sucessivos dias de aulas interrompidas ou de aulas em meio ao fogo cruzado".
Entre as escolas municipais e estaduais analisadas, o levantamento considerou 593 unidades de ensino. Foram registrados tiroteios no entorno de 75% das escolas (443), algumas delas chegaram a registrar 10 ou mais tiroteios no seu entorno no período analisado de 26 meses. Dudu Ribeiro, diretor da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, lembra que os dados mostram ainda a desigualdade que caracteriza a violência armada na capital. "Praticamente um terço dos tiroteios no entorno de escolas se concentram em 10 bairros de Salvador. Esses dados deixam claro que não podemos dizer que locais como Fazenda Grande do Retiro, Beiru ou Lobato são bairros violentos. A população desses locais, na verdade, é violentada. Como é possível, crianças terem garantido seu direito à educação e segurança num bairro em que todas as escolas registraram tiroteios em seu entorno, como em Fazenda Grande do Retiro, em que registramos 39 ocorrências?", questiona.
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