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Polícia
Ele foi preso na segunda fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na segunda-feira (23).
Por: G1
O policial federal Rogério Magno Almeida Medeiros, preso por suspeita de desvio de dinheiro de emendas parlamentares na segunda fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na segunda-feira (23), recebeu a Medalha do Mérito da Inteligência de Segurança Pública.
A solenidade aconteceu no dia 9 de dezembro, no auditório Adalgisa Borges do Centro de Cultura Cristã da Bahia (CECBA), e contou com a presença do secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner e do superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia, Vagner Gomes, além de outras personalidades civis e militares, de instituições públicas ou privadas.
A honraria foi instituída pela SSP-BA em 2023 e reconhece as contribuições dos profissionais que desempenham papéis essenciais no desenvolvimento das atividades relacionadas à inteligência de segurança pública.
De acordo com as investigações, Rogério Magno fornecia informações privilegiadas ao grupo criminoso e recebia pagamentos mensais de R$ 6 mil pela função de vazamento de dados confidenciais sobre investigações. Ele também recebeu serviços pessoais pagos pelos líderes da organização criminosa.
Segundo a Polícia Federal, Rogério foi acionado para identificar quem seria o homem que aparece em imagens dentro de um prédio de um dos investigados. Ele então fez um alerta de que se tratava de um agente federal.
Os envolvidos no esquema foram avisados sobre a necessidade de destruir provas quanto antes, pois o grupo poderia ser alvo de uma operação a qualquer momento.
Conversas monitoradas pela polícia federal mostram que foi exatamente o que fizeram. Em uma delas, dois operadores do esquema, Iuri dos Santos Bezerra e Geraldo Guedes de Santana Filho, falam como vão se desfazer de documentos.
Geraldo: Limpe tudo porque diz que vem uma operação braba aí agora. Nosso caso irmão, carimbo de empresa que tem lá, não é para ter aquilo lá. Aquilo ali é perigosíssimo. Não é para ter nada de timbrado de outras empresas, aqueles documentos, lá.
Iuri: Aqui, qualquer hora pode bater alguém na porta.
Geraldo: Eu e você temos que ir lá, pegar tudo que tiver de cotação impressa de outras empresas. O que tiver de impressão de coisa lá de proposta de terceiros... triturador, triturador. Lá tá com três "triturador" trabalhando em tempo real, você não tem noção. Ele já mandou fazer uma limpeza lá no meu setor.
Em outro trecho da conversa, falam abertamente sobre as fraudes que cometiam.
"Porque a bem da verdade, ali, o que eles tinham que fazer, cada um ligar, contactar uma empresa, pegar as cotações e tal, e isso não é feito. A gente monta os processos e manda ponto e isso tá errado. Entendeu? Então, aqueles carimbos é pra sumir da empresa, não é pra ter aqueles carimbos lá", diz Geraldo.
Por meio de nota, Sérgio Habib e Thales Habib, advogados responsáveis pela defesa de Rogério Magno, negaram as acusações contra o policial federal e informou que está empenhada em obter a revogação da sua prisão preventiva, recorrendo ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. [Confira nota abaixo]
"Devo informar que os indícios levantados contra ele não refletem a realidade, são informações inverídicas e que serão devidamente desmentidas na fase de instrução criminal, quando ele terá a oportunidade de exercer a sua defesa. Magno é um policial exemplar que tem relevantes serviços prestados à sociedade, por mais de 26 anos, na luta contra a criminalidade. Tudo será provado em juízo e no momento a Defesa está empenhada em obter a revogação de sua prisão preventiva, recorrendo ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Brasília".
Além do policial federal, foram presos o vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro (Republicanos), e outras duas pessoas: Lucas Moreira Martins Dias, secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista e Carlos André de Brito Coelho, ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória. Também houve o afastamento de Lara Betânia Lélis Oliveira, servidora da Prefeitura de Vitória da Conquista.
Os presos passaram por audiência de custódia na segunda-feira e, em seguida, foram encaminhados ao sistema prisional. Não foram detalhados, no entanto, os nomes dos presídios.
Além das prisões feitas nesta segunda, outros dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Bahia e em Brasília. Houve também bloqueio de bens para ressarcir eventuais prejuízos aos cofres públicos.
Na primeira fase da operação, há uma semana, 16 suspeitos haviam sido presos. Todos foram liberados, mas devem cumprir medidas cautelares.
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