Traficantes expulsam moradores e dominam imóveis do 'Minha Casa Minha Vida' em Salvador e RMS

Inicialmente, o programa "Minha Casa Minha Vida" trouxe a realização do sonho da casa própria para muitas famílias baianas. No entanto, a realidade mudou com a chegada do crime organizado, que tem transformado a experiência de alguns beneficiários em um verdadeiro pesadelo.

Em Salvador e em outros municípios, como Simões Filho e Feira de Santana, traficantes têm expulsado moradores ou os ameaçado, visando controlar os imóveis desocupados, que acabam sendo vendidos online. Nos últimos anos, unidades em diversos conjuntos habitacionais, como o Conjunto Residencial Fazenda Grande II, têm sido dominadas por facções criminosas, com os moradores vivendo sob ameaças.

Nos relatos, os moradores afirmam que enfrentam intimidação diária, como a proibição de contatar órgãos públicos ou chamar a polícia em caso de conflito. Muitos também têm suas casas invadidas, sendo forçados a deixar portas abertas durante operações policiais. A situação é igualmente grave em locais como o Bosque das Bromélias e Bate Coração, onde famílias inteiras são forçadas a abandonar seus lares por estarem associadas de alguma forma à polícia ou por outros motivos. A criminalidade também gerou um mercado ilegal de sublocação e venda de imóveis, com preços variando de R$10 mil a R$50 mil.

Apesar das inúmeras denúncias, as autoridades, como o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público da Bahia (MPBA), alegam que questões criminais são de responsabilidade das polícias estadual e federal. Até o momento, nenhuma ação concreta foi tomada em relação aos relatos.

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