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'Nova boca de fumo': facções expulsam provedores e dominam serviço de internet nas comunidades
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O assunto foi denunciado no Fantástico desse domingo (13).
Por: Camaçari Notícias
Foto: Reprodução/TV Globo
As facções criminosas, que já extorquem comerciantes para evitar assaltos, agora estão assumindo o fornecimento clandestino de internet em várias comunidades do Brasil. Elas expulsam pequenos provedores e ameaçam, extorquem e até queimam veículos e lojas de empresas legítimas no Rio de Janeiro, no Pará e no Ceará. Esse novo ramo do crime organizado tem se tornado muito lucrativo e foi denunciado no programa Fantástico no último domingo (13).
Desde o ano passado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu mais de 120 investigações focadas em grupos criminosos que controlam redes de internet ilegais. Essas redes clandestinas bloqueiam a atuação de empresas autorizadas, além de extorquir operadoras através de cobranças irregulares. A prática, que tem se espalhado pelo país, coloca em risco não apenas a competição entre provedores de internet, mas também a segurança dos usuários e das comunicações digitais.
De acordo com uma reportagem da TV Globo, os criminosos frequentemente recorrem a aplicativos de mensagens para intimidar moradores e técnicos. Em um dos áudios obtidos pela investigação, um homem avisa: “Peço a colaboração de todos, entendeu? Pra não passar por cima da nossa ordem. Ordem de forças maiores”. O delegado Pedro Brasil, responsável pelas investigações, aponta que a internet se tornou "a nova boca de fumo", com facções criminosas dominando áreas onde operam os grupos ilegais.
A atuação de facções como o Terceiro Comando Puro (TCP), liderado pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, é uma das mais notórias. Segundo o delegado, técnicos são ameaçados diretamente para que abandonem suas atividades. "Quem manda aqui é o Peixão. Vou te matar se não sair daqui", diz um dos áudios de ameaça. Outro provedor do norte fluminense, após enfrentar ameaças, optou por abandonar o negócio. "O que chateia mais é o cara dizer que, se você não atender aos desejos dele, o seu funcionário vai descer do poste na bala", relatou.
Além do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, outra facção criminosa, também tem agido em outras regiões do país. No Pará, por exemplo, o grupo incendiou o carro de uma empresa em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, em janeiro. No Ceará, entre novembro e dezembro, pelo menos 13 ataques em seis semanas resultaram na destruição de lojas e na expulsão de técnicos de campo. Em Caridade, cidade cearense, quase 16 mil moradores ficaram sem acesso à internet após os ataques, e 15 empresas foram forçadas a fechar suas portas.
Especialistas alertam que a expansão das redes clandestinas pode gerar sérios riscos à segurança digital. A falta de regulação e o controle total sobre os equipamentos por criminosos pode facilitar práticas como espionagem de comunicações, aplicação de golpes financeiros e disseminação de vírus. Mauricélio Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), se diz preocupado com o potencial de o problema se espalhar para outras partes do Brasil. "Temos medo que isso escale para o Brasil inteiro, por não ter um retorno rápido da segurança pública. Estamos falando de segurança nacional", afirmou.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reconhece a gravidade da situação e disponibilizou seu apoio técnico para ajudar na identificação desses delitos. Segundo a Anatel, existem mais de 20 mil pequenos e médios provedores no Brasil, que nos últimos dois anos investiram mais de R$ 18 bilhões em infraestrutura.
Em resposta ao aumento das investigações e ataques, a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro informou que está em contato com a Anatel e já mapeou áreas de atuação das facções criminosas. No Ceará, as autoridades prenderam 48 pessoas suspeitas de envolvimento nos ataques, enquanto a Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que está fiscalizando ativamente o comércio ilegal de provedores em áreas afetadas pelos ataques.
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