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Morto a facadas, preso é cortado em 59 pedaços e tem fígado comido

Por Pesquisa Web

Parentes se desesperam no portão da penitenciária de Pedrinhas em rebelião no ano de 2013

 

No ano de 2013, a barbárie tomou conta do Complexo de Pedrinhas, principal rede de presídios do Estado do Maranhão. Quase que semanalmente, notícias sobre guerras entre facções rivais e dissidentes dentro de suas celas traziam em letras garrafais nas manchetes que vítimas haviam sido torturadas e decapitadas. No espaço de 12 meses, 65 presos foram mortos no local. Mas, quase dois anos depois, o testemunho de uma pessoa que presenciou uma dessas execuções, ocorrida no Presídio São Luís 2, tem deixado promotores e investigadores chocados com a barbaridade dos assassinos, apesar de conhecerem bem o violento histórico do complexo.

De acordo com o depoimento da testemunha, o preso Edson Carlos Mesquita da Silva, de 34 anos, foi torturado por quatro pessoas em plena cela, esfaqueado várias vezes e teve o corpo cortado em 59 pedaços para impedir que fosse encontrado pelos carcereiros. Mas não parou por aí: uma vez morta, a vítima teve seu fígado arrancado, salgado, grelhado e comido pelos assassinos, que ainda o distribuíram aos colegas de espaço.

"Não tem muito o que dizer. É simplesmente muito cruel. Tenho 18 anos como promotor de Justiça e nunca vi nada parecido", diz ao iG o promotor Gilberto Câmara Júnior, da 12ª Promotoria de Justiça de Substituição Plena do Maranhão, que assumiu o caso pelo Ministério Público e pediu a abertura de uma ação penal contra os acusados pelo crime. "Esquartejamento do corpo, infelizmente, não é tão difícil de ver. Mas a ingestão de partes dele é a primeira vez que vejo. Esses indivíduos não podem viver em sociedade."

São seis os supostos culpados pelo assassinato, de acordo com a investigação policial que culminou no inquérito da promotoria enviado à Justiça – que deve confirmar ainda nesta semana se acatará a ação penal contra eles. Todos seriam integrantes da facção criminal Anjos da Morte, dissidência do grupo Primeiro Comando do Maranhão (PCM).

Toni Lopes da Silva, ou "Roni Boy",  e Enilson Vando Mattos Pereira, também conhecido como Matias ou Sapato, que não estavam na cela, são apontados como mentores do crime. Já a ação teria sido praticada por quatro pessoas, três delas já identificadas e uma quarta cujo nome ainda não foi descoberto: Giovani Souza Palhano (Bacabau), Samiro Rocha de souza (Satanás ou Taurus) e Joelson da Silva Moreira (o Índio).

A ideia do Ministério Público é que a Justiça condene por pena máxima os envolvidos e, com o processo, consiga identificar o quarto assassino, por ora chamado apenas de "indivíduo x". Teria sido devido a um desentendimento com ele que Edson foi morto.

Assim, a princípio, quatro dos envolvidos devem se tornar réus no caso, caso a Justiça aceite a ação penal. O MP já pediu a prisão preventiva deles. Além do assassino ainda não-identificado, mais um dos envolvidos, o Índio, não será processado, já que foi morto em uma outra desavença, também ocorrida dentro de um presídio maranhense, no ano passado.

Julgado pelo crime
Identificar o corpo de Edson não foi simples. De acordo com a investigação, durante o período caótico em que retornou ao presídio, em 2013, por contravenção não divulgada, ele se identificou às autoridades com um nome falso – falha burocrática do complexo que o MP descreve como consequência da crise pela qual passava Pedrinhas.

Além disso, julgado e morto pela facção criminosa, Edson ainda teve os 59 pedaços de seu corpo espalhados por lixeiras do complexo prisional, dificultando ainda mais a investigação. Para se ter uma ideia, o crânio da vítima só foi encontrado dias depois do crime, ainda com a arcada dentária – que levou luz à investigação.

Mas foi especificamente uma tatuagem que Edson tinha no corpo, na qual se lia "Vitória, razão do meu viver", em homenagem à filha da vítima, que levou a perícia a identificá-lo, por meio da ajuda de um familiar do morto. O próprio laudo da perícia afirma que o desenho estava separado em três partes, devido ao esquartejamento do corpo, e teve de ser juntado para que os parentes o reconhecessem.

A interpretação do que aconteceu veio graças ao depoimento da testemunha-chave com os dados do Instituto Médico Legal, que se complementaram, diz a promotoria. Além de a investigação ter encontrado os pedaços do corpo, algumas partes foram achadas carbonizadas.

"O único problema neste momento é que não sabemos se esses assassinos ainda estão presos, afinal é um crime de 2013. De lá para cá, a movimentação foi muito grande em Pedrinhas, até pela política do governo de separar membros de facção depois daquela série de mortes", afirma o promotor. "Só vamos realmente saber onde eles estão hoje se a Justiça acatar a ação. E acredito que, com as provas que possuímos, isso irá acontecer."

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