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Corrimento branco pastoso é motivo para preocupação? Ginecologistas respondem

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Corrimento branco pastoso é motivo para preocupação? Ginecologistas respondem

Por: Sites da Web

 

A maioria das mulheres atentas à sua saúde íntima já se preocupou quando notou certa mudança no volume, na cor ou no odor do chamado “corrimento vaginal”. Muitas questionam, por exemplo, o que pode significar um “corrimento branco pastoso”. Na verdade, esse tipo de dúvida existe porque nem todo mundo sabe exatamente o que o corrimento representa, quando pode indicar algum problema de saúde e quando é considerado “normal”.

Mariana Halla, ginecologista e obstetra, com residência médica e especialização em Ginecologia Endócrina, membro da International Menopause Society-IMS, explica que “corrimento” é o termo popular que se refere ao aumento da secreção vaginal, quando a mulher apresenta infecção por fungos, bactérias ou protozoários. “Ele pode ser branco, amarelado e até esverdeado, causando coceiras, ardência, dor e mau cheiro”, diz.

Janio Serafim, ginecologista do Hospital Santa Helena, ressalta que o corrimento (ou vaginite) pode possuir um odor desagradável e causar sintomas como: coceira vulvovaginal, dor pélvica, dor durante a relação sexual ou outros sintomas.

As principais causas do corrimento, ainda de acordo com Serafim, são:

Infecções vaginais;
Vulvites e vulvovaginites;
Infecções cervicais ou do colo do útero;
DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
Frederico Corrêa, ginecologista obstetra do Hospital Santa Lúcia e da Clínica FertilCare, de Brasília, ressalta que é importante diferenciar o corrimento vaginal da secreção vaginal fisiológica (que é normal e não associada a infecções).

Os principais tipos de corrimento

Frederico Corrêa explica que os tipos de corrimento vaginal podem variar a depender da causa, ou seja, do tipo de infecção associada. “Os corrimentos mais comuns são aqueles que ocorrem pela presença de infecção por um fungo chamado Candida, e os que ocorrem pela infecção por bactérias ou protozoários”. Abaixo, Corrêa detalha melhor as características dessas principais infecções que causam os corrimentos:

Candidíase: infecção das paredes vaginais pelo fungo, pode levar a um corrimento branco, tipo “nata de leite”, sem odor fétido, mas normalmente associado a coceira (prurido) vaginal e vulvar.

Vaginose bacteriana: um tipo de infecção provocado por bactérias presentes na vagina, sendo a mais comum a Garnerella vaginalis. “O corrimento é abundante, com bolhas, tem coloração branco-acinzentado, com odor bastante fétido semelhante a ‘peixe podre’, não associado a prurido”, explica Corrêa.

Tricomoníase: infecção provocada pelo Trichomonas vaginalis, um protozoário transmitido pela relação sexual. “O corrimento neste caso é abundante, de coloração amarelo-esverdeado, com odor fétido, pode estar associado a prurido não muito intenso e dor pélvica”, explica o ginecologista.

José Ferreira Gomes Neto, ginecologista do Grupo Santa e membro da Sociedade Brasileira de Ginecologia, reforça que os corrimentos mais comuns são os causados pela Cândida e pela Gardnerella vaginalis.

Janio Serafim acrescenta que um outro tipo de corrimento conhecido é associado a cervicites (inflamação do colo do útero, de origem viral, bacteriana ou parasitária). Tal irritação pode ser causada por doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia, HPV.

Corrimento branco sem cheiro e sem coceira

Mariana ressalta que é muito importante diferenciar “corrimento” (doença) da secreção vaginal normal. “Toda mulher tem saída de pequena quantidade de secreção branca fluida, sem odor pela vagina, isso é bom e mantém a mesma lubrificada. Na época da ovulação, cerca de 10 a 14 dias após a vinda da menstruação, existe uma grande liberação de muco, uma espécie de gelatina incolor, para facilitar a relação sexual e subida dos espermatozoides para que haja a fecundação”, explica.

Frederico Corrêa explica que muitos dos casos descritos como corrimentos pelas mulheres são, na verdade, a exteriorização pela vagina de secreções das glândulas presentes no útero, colo do útero e da parede vaginal. “Portanto, as saídas de secreção vaginal sem odor fétido, de coloração branca ou clara – transparente, sem coceira, são absolutamente normais e dependem de vários aspectos como a fase do ciclo menstrual, o uso ou não de anticoncepcionais, o estado de hidratação da mulher, entre outros”.

“O volume destes fluidos vaginais pode variar em momentos diferentes na mesma mulher. Nestes casos, não há motivos para preocupação. Na primeira fase do ciclo menstrual, o fluido vaginal apresenta-se fluido tipo clara de ovo e abundante, mas, após a ovulação este se torna espesso e esbranquiçado”, acrescenta o ginecologista.

Corrimento branco espesso com coceira e irritação

Mariana diz que é possivelmente uma infecção por fungos. “Não é normal e faz-se necessária uma consulta com o médico ginecologista”, orienta.

Frederico Corrêa reforça que o corrimento com estas características é bastante sugestivo de infecção pela Cândida, fungo responsável pela candidíase. “Nestes casos, principalmente em função da irritação vaginal e da coceira, as mulheres tendem a procurar o serviço de saúde de forma mais rápida. Após confirmado o diagnóstico, deve-se realizar o tratamento adequado”, diz.

Corrêa explica ainda que o tratamento da candidíase deve ser feito com medicamentos antifúngicos por via oral ou via vaginal na forma de cremes ou óvulos. “A candidíase é uma infecção frequente nas mulheres e está muito relacionada à imunidade. É muito comum, por exemplo, após uso de antibióticos para tratamento de outras doenças, por modificar a flora vaginal e facilitar o crescimento do fungo. Mulheres com alterações na imunidade têm mais chance de apresentar candidíase vaginal”, diz.

Mariana destaca como medidas preventivas para este corrimento branco espesso com coceira e irritação (associado à infecção por fungos):

Medidas de higiene local: como lavar com sabonetes próprios para a área ou de glicerina.
Evitar o excesso destes produtos de higiene e sempre enxaguar muito bem.
Manter a área genital seca, evitando biquínis molhados por muito tempo.
Lavar calcinhas evitando sabão em pó, preferindo sabão de coco ou os próprios para esta finalidade.
Evitar roupas muito justas no dia a dia e dormir sem calcinha.
Moderar o consumo de açúcar e farinha branca refinada pois são verdadeiros “alimentos” para os fungos.
Corrêa lembra que o fungo tem preferência por ambientes quentes e úmidos. Portanto, reforça o uso de roupas mais leves, arejadas, que ajudam a diminuir, assim, o risco da candidíase. “O cuidado com a imunidade também é importante para se evitar infecções recorrentes”, acrescenta.

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