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Paralisia do sono: conheça esse transtorno angustiante

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Paralisia do sono: conheça esse transtorno angustiante

Por: Pesquisa Web

 

Imagine só: em uma determinada noite, você acorda e não consegue movimentar seu corpo, seus músculos estão rígidos e por mais que tente se levantar você não tem controle sobre seus movimentos. Além do desespero, você começa a ter alucinações e ainda está totalmente paralisada. Aterrorizante, não é mesmo?

Inicialmente associado à presença de seres malignos, a ciência, atualmente, busca explicar esse distúrbio, conhecido por paralisia do sono. Descubra o que é esse problema, como acontece, quais os sintomas, tratamentos, além de histórias arrepiantes de pessoas que já passaram por isso.

O que é paralisia do sono
A paralisia do sono é um distúrbio que ocorre geralmente logo após o acordar ou no adormecer, na fase que os médicos chamam de REM (rapid eye movement, ou movimento rápido dos olhos), em que ocorrem os sonhos mais reais. Nesta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade cerebral é similar a de quando o corpo está acordado.

Durante o sono, o cérebro relaxa os músculos do corpo e os mantém imóveis para conservar energia. A paralisia caracteriza-se pelo rompimento da comunicação entre o cérebro e o corpo, o que impede a reação instantânea do organismo.

Apesar de o indivíduo afetado não conseguir se mover, ele pode escutar normalmente e até mesmo, em alguns casos, emitir sons. A dificuldade de se movimentar pode vir acompanhada de alucinações visuais, sensoriais ou auditivas. A psicóloga Fernanda Alban ressalta a importância de conhecer quais são os sintomas deste distúrbio do sono, a fim de que possamos reconhecê-lo e logo buscar a ajuda necessária.

Sintomas e sinais
É um acontecimento marcante que pode durar de um a dois minutos, dependendo do caso. Os sintomas podem variar bastante entre os indivíduos, e Fernanda aponta que esse distúrbio é fácil de ser identificado.

• Alucinações visuais: sensação de presença de algum ser, de objetos ou de luz. As alucinações geram uma intensa sensação de ansiedade, diz Fernanda, podendo até ocasionar insônia após o episódio.

• Alucinações sonoras: pode ser qualquer tipo de ruído, como sons de passos ou de portas batendo, vibrações e sussurros.

• Alucinações cinestésicas: em alguns casos, o indivíduo afetado pode sentir a sensação de queda ou de estar flutuando.

• Dificuldades respiratórias: juntamente com uma sensação de pressão sobre o peito e asfixia, o indivíduo sente dificuldades para respirar. Esses sintomas causam uma grande angústia e pânico.

• Estar conscientemente desperto: é possível que a pessoa se lembre dos detalhes do evento da paralisia do sono, mas não consiga distinguir o que era real e o que era sonho.

Fernanda explica que o corpo não fica por completo paralisado durante o episódio: os músculos oculares e respiratórios continuam ativos, e por isso causam esses sintomas e sinais.

O que causa a paralisia do sono?
De acordo com a psicóloga, a maioria das pessoas que sofrem da paralisia do sono estão ligadas a um intenso cansaço físico e emocional, bem como outros fatores:

• Poucas horas de sono;
• Alimentação inadequada;
• Sedentarismo;
• Falta de rotina do sono;
• Excesso de remédios ou substâncias alucinógenas;
• Ter alguma condição mental frágil;
• Ansiedade;

É claro que, em alguns casos específicos, a pessoa pode não apresentar essas condições e mesmo assim ocorrer a paralisia. A dica de Fernanda é procurar manter uma vida equilibrada e diminuir os fatores que causam estresse.

O que fazer se tiver paralisia do sono
É comum o desespero tomar conta. Mas se acalme: algumas iniciativas podem ajudar na hora em que o episódio estiver acontecendo e minimizar os efeitos ruins.

• Entenda que é passageiro: o primeiro ponto para não se sentir angustiado é ter a noção de que não se trata de algo perigoso ou mortal. O medo é comum, mas é importante ter um mente que não trará nenhuma consequência física.

• Tente mexer o corpo: mesmo que fique completamente paralisado, talvez você consiga movimentar algumas extremidades, como os dedos dos pés, das mãos, língua e, em alguns casos, os olhos. Caso não consiga, tente a próxima dica.

• Imagine que está se movimentando: não se atenha ao pensamento de que seu corpo está paralisado. Imaginar que você está se movimentando pode induzir os seus estímulos a voltarem ao normal.

• Controle a respiração: como o nível de ansiedade aumenta, é normal ter uma respiração descontrolada. Concentre-se na sua respiração e tente estabilizá-la, mantendo um ritmo lento e profundo.

A respiração é o segredo principal, diz Fernanda. Quando aprendemos a controlá-la, passamos a viver com menos ansiedade e mais equilíbrio. Ela indica que caso a pessoa tenha dificuldades para regular a respiração, ela pode treinar, fora do estado de paralisia, a inspirar lenta e profundamente, soltando o ar pela boca.

Em que momentos a paralisia do sono acontece?
Quando dormimos, nosso cérebro ativa um mecanismo de defesa, impedindo de nos movimentar. Esse mecanismo atua no período antes ou depois de o corpo entrar ou sair do estado de sono. Por isso, a paralisia pode ocorrer em dois momentos: no início do sono ou ao despertar.

Início do sono: geralmente ocorre um pouco antes de o corpo entrar completamente no sono e temos um relaxamento muscular máximo, fazendo com que o corpo perca sua mobilidade. Nessa fase, as atividades cerebrais que produzem os sonhos têm início e, por isso, eles podem ser confundidos com visões.

Ao despertar: quando tentamos acordar, saímos fase de sono REM, em que nossos músculos estão imóveis e nosso corpo relaxado. Esse período também é favorável para a paralisia do sono, pois estamos tentando retomar a nossa consciência, mas o corpo ainda não despertou. De acordo com a psicóloga, pessoas propensas a terem esse distúrbio do sono devem se organizar para dormir melhor, evitando momentos de estresse ou pensamentos ruins antes de deitar.

Tratamentos
Os tratamentos podem começar pelo comportamento, até a busca de uma intervenção profissional com medicamentos ou terapias. Fernanda indica que um acompanhamento completo com mais de um profissional pode ser mais eficaz, pois eles atuarão na investigação de todos os fatores.

Uma das principais recomendações é que a pessoa tenha a quantidade de sono ideal, que para os adultos corresponde de 7 a 8 horas diárias. Uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos também podem ajudar muito, diz Fernanda. Pessoas que já sofrem de depressão e ansiedade devem indispensavelmente procurar um profissional para que medicamentos sejam indicados, se necessário. Há, ainda, a opção por tratamentos naturais e alternativos, como a hipnose. Por mais que pareça assustador, a paralisia do sono pode ser tratada de maneira simples, e pequenas mudanças nos hábitos podem fazer toda diferença.

Depoimentos
De acordo com a Revista Pesquisa da FAPESP, cerca de 8 % da população sofre de paralisia do sono, que, em maioria, são pacientes psiquiátricos e estudantes. Convidamos três pessoas que sofrem ou já sofreram desse distúrbio do sono a compartilharem suas experiências.

Marcelino Roberto de Oliveira, 34 anos, funcionário público afastado: não me lembro quando começou, elas não têm período específico. Às vezes, acontecem uma perto da outra, outras passam meses sem acontecer. Antes eu achava que se tratava apenas de um sonho ruim, nada mais que isso. Pesquisando, descobri o mundo da PS. As minhas paralisias seguem um padrão, um cronograma. Geralmente na parte da madrugada, depois das 3h da manhã, estou deitado e aparece a figura de um demônio, que fica no quarto, em pé ao lado da cama, bem perto do meu corpo. Finjo que estou dormindo para tentar enganá-lo e ver se ele vai embora, como ele não vai, tento me mexer para acordar e assustá-lo. Tento me mexer de todas as formas, mas meu corpo fica inerte, parece colado na cama, depois de alguns minutos tentando eu volto ao normal, digamos que desperto. No início, eu acordava com medo, mas depois que comecei a pesquisar esse mundo da paralisia do sono, não ligo mais.

Rayza Menezes, 28 anos, estudante: a minha primeira PS de que me lembro foi na infância. Eu achava normal, até o dia de compartilhar com colegas e descobrir que nem todas as pessoas passavam por isso. Desde a primeira experiência, já passei por incontáveis paralisias. Geralmente quando estou cansada, mas luto contra o sono, é quando a PS aparece. Acontece de repente, não sinto meu corpo, apenas sinto controle em minha respiração e olhos. Nunca vi nada definido, mas vejo sombras de pessoas encapuzadas e ouço muitas vozes. Vozes conhecidas e desconhecidas, e até outras línguas que desconheço. Já ouvi como se estivessem numa estação de trem, ou o mais comum, conversas em restaurantes. Ouço até o barulho dos talheres nos pratos nitidamente. Antes eu entrava em pânico, a sensação de não conseguir mexer nenhuma parte do corpo é horrível e ficava desesperada. Mas com o tempo, fui me acostumando, ficando calma e sabendo que era passageiro. Foi quando tive novas experiências e inesperadas: a de sair do corpo.

• Laura Sousa Batista, 33 anos, dona de casa: a PS aconteceu comigo quando estava grávida de sete meses do meu filho caçula. Estava deitada e adormeci. Em um determinado momento, estava eu de barriga pra cima e olhei para a porta do meu quarto e vi uma sombra negra com uma silhueta feminina que se aproximou de mim. Uma mão ela colocou no meu pescoço e a outra colocou no meu ventre, e daí começou a apertar, tanto a minha barriga quanto o meu pescoço. Nessa hora fiquei apavorada! Fiquei preocupada com o bebê, e também porque estava me faltando o ar. Queria gritar, mas não conseguia, queria me movimentar, mas era inútil. Só conseguia mexer os olhos. Então, em pensamento, lembro que comecei a fazer uma oração, e aquilo me libertou. Estava muito assustada e sentindo dores na barriga, dores reais! Corri para o quarto do meu filho mais velho em pânico e chorando, ele me acalmou e eu não quis mais dormir aquela noite. Foi uma experiência horrível, muito realista! O que eu não entendo e achei intrigante foi que eu senti as dores onde a “coisa” tinha apertado. Foi assustador!

Esses depoimentos nos ajudam a entender o quão complexo é este distúrbio e como pode ser diferente para cada pessoa. Se algo parecido já aconteceu com você, não se desespere. Busque a ajuda necessária e entre em contato com outras pessoas que já tenham passado por isso. Contar suas experiências e desabafar também pode ajudar a controlar o medo, diz Fernanda. E lembre-se: respire fundo! Fonte: Dicas de Mulher*

 

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