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Esporte
Por Pesquisa Web
Joe Carr acredita que Anderson Silva pode fazer ao menos uma luta no Brasil em 2017 - Evelyn Rodrigues
Em entrevista ao Combate.com em São Paulo, Joe Carr, vice-presidente sênior internacional do UFC, revelou que a organização realizará três eventos no Brasil em 2017. Diferente do que aconteceu neste ano, quando não houve um evento no Rio de Janeiro, Carr disse que a capital fluminense receberá um destes três torneios, assim como São Paulo. A terceira sede ainda não foi escolhida, mas muito provavelmente ficará entre Porto Alegre, Curitiba e Fortaleza.
- Não sabemos ainda onde o evento de março acontecerá no Brasil. Há algumas cidades interessadas. Olhando como um todo, imagino o evento numerado no Rio de Janeiro ou em São Paulo, que são os dois maiores mercados do país. (...) A ideia é que o terceiro evento aconteça em outro estado do Brasil. Não vamos ao Nordeste há algum tempo, e estamos de olho em algumas cidades por lá. Também pensamos no Sul. Cidades como Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba são as que têm mais chances.
Carr afirmou que o UFC não pretende realizar um evento em estádio de futebol no Brasil em 2017. Os custos, segundo ele, são elevados, mas ele reconhece que o UFC 198, na Arena da Baixada, em Curitiba, foi um dos melhores da história da companhia.
- Não temos planos para eventos em estádios de futebol em 2017, mas estamos sempre em busca de oportunidades para que isso aconteça. O UFC 198, em Curitiba, foi muito caro para nós, mas achamos que era a coisa certa a se fazer. Foi um dos melhores eventos da história do UFC em todo o mundo, mas é muito difícil de se fazer. Não dá para fazer um daqueles todo ano.
O dirigente também falou dos planos para ventos em mais países da América do Sul, como Argentina, Chile ou Colômbia, descartou que haja uma relação entre a diminuição de eventos no Brasil com demissões de lutadores e revelou que, pessoalmente, se pudesse imaginar um card dos seus sonhos, gostaria de ver uma revanche entre Anderson Silva e Vitor Belfort acontecendo em uma arena brasileira.
Confira a íntegra da entrevista:
Planos do UFC para o Brasil em 2017
Do ponto de vista dos fãs, 2017 será muito parecido com os últimos dois anos. Teremos três eventos, sendo um numerado e dois Fight Nights. Vamos tentar tornar os eventos brasileiros maiores para o mercado brasileiro. O UFC 198, em Curitiba, foi um evento gigantesco. O de São Paulo não foi tão grande quanto aquele, mas é muito difícil conseguir casar lutas como aquelas. Gostaríamos de ter tido Cigano e Shogun neste evento, mas eles estavam lesionados e não poderiam lutar. Nosso foco é dar o que os fãs desejam. No restante da América Latina o México tem sido nosso foco principal nos últimos anos, mas estou animado em trazer eventos para o restante da América do Sul.
Vamos começar a olhar com mais atenção para Argentina, Chile e Colômbia. Há boas oportunidades por termos atletas interessantes nestes países. Queremos desenvolver essa região, e sabemos que eles ainda estão muito atrás do Brasil no que se refere a talentos, mas estão trabalhando. Tivemos algumas mudanças no escritório do UFC no Brasil mas estou aqui para reiterar a nossa atenção a este mercado. São Paulo será o escritório que dará suporte a toda a América Latina e a equipe daqui se concentrará em desenvolver esse mercado.
Eventos nos demais países da América do Sul no próximo ano
Ainda é cedo para confirmar. Sei que há uma data agendada para a América do Sul e, se conseguirmos a arena certa no país certo, e conseguirmos regular da forma correta, eu acho que, mesmo não sendo necessariamente no Brasil, espero ter muitos atletas brasileiros neste card. Vamos começar a ver a América Latina como uma grande região em que há muita movimentação entre os lutadores dos países, e o Brasil está muito envolvido nisso. Por isso é a peça-chave do nosso negócio na América Latina.
Novo evento em estádio de futebol no Brasil
Não temos planos para eventos em estádios de futebol em 2017, mas estamos sempre em busca de oportunidades para que isso aconteça. O UFC 198, em Curitiba, foi muito caro para nós, mas achamos que era a coisa certa a se fazer. Foi um dos melhores eventos da história do UFC em todo o mundo, mas é muito difícil de se fazer. Não dá para fazer um daqueles todo ano, mas haverá um momento no futuro em que fará sentido fazermos novamente. Curitiba amou ter aquele evento e certamente gostaria de sediá-lo novamente. Foi uma experiência incrível, como foi em Nova York. Tenho ido a eventos em todo o mundo e aquele foi uma dos melhores públicos e uma das maiores experiências que já tive.
Relação entre diminuição de eventos e demissões de atletas
Nós gerenciamos o nosso elenco para ter os cerca de 500 melhores atletas do mundo. A realidade é que o Brasil representa uma boa parte desses lutadores. São, se não me engano, 89 lutadores brasileiros que estão conosco não apenas para eventos no Brasil. Eles lutam no mundo todo praticamente toda semana. Não acho que o número de eventos terá impacto no número de lutadores. Em quase todos os cards que fazemos há lutadores brasileiros. As pessoas não precisam se preocupar com isso. Nós queremos os melhores do mundo. Se entre eles estiverem 90 brasileiros, que seja. Mas os europeus e os asiáticos estão melhorando. Não existe essa relação entre menos eventos e menos lutadores.
Sede do evento no Brasil em março
Não sabemos ainda onde o evento de março acontecerá no Brasil. Há algumas cidades interessadas. Olhando como um todo, imagino o evento numerado no Rio de Janeiro ou em São Paulo, que são os dois maiores mercados do país. Este ano não fomos ao Rio porque tivemos o evento numerado em Curitiba, mas a ideia é que o terceiro evento aconteça em outro estado do Brasil. Não vamos ao Nordeste há algum tempo, e estamos de olho em algumas cidades por lá. Também pensamos no Sul. Cidades como Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba são as que têm mais chances. Manaus não está nos planos por enquanto, o que é uma pena. Precisaremos de mais tempo para ir até lá. Seria uma operação muito cara, mas algum dia acredito que faremos um evento lá, porque conversamos com algumas pessoas na cidade e o governo se mostrou interessado. Vamos ver...
Reaquecimento do mercado brasileiro
Não sei se o mercado brasileiro está menos aquecido, mas sei que o restante do mundo aqueceu. Houve um tempo em que o Brasil tinha quase metade dos cinturões, e os EUA também eram muito dominantes. Hoje há diversos campeões europeus, como Joanna Jedrzejczyk, Conor McGregor e Michael Bisping. A responsabilidade do UFC é construir a próxima onda de talentos brasileiros. Temos de ser honestos, as grandes estrelas estão ficando mais velhas.
Mas é para isso que usamos os eventos no Brasil, para equilibrar lendas e novos talentos. Acho que fizemos um bom trabalho com Cris Cyborg ao trazê-la para Curitiba e mostrar sua luta ao mundo todo, e o evento de São Paulo fez o mesmo com Thomas Almeida e Cláudia Gadelha. Esse é o equilíbrio que queremos ter. Temos ainda Vicente Luque, que conseguiu um nocaute sensacional em Nova York e veio ao Brasil para ter contato com a mídia. Vamos desenvolvê-lo também. Não temos mais a quantidade de campeões que tivemos no passado, mas ainda temos alguns campeões e alguns caras que estão chegando perto, como Ronaldo Jacaré e Demian Maia, que acredito que terão a chance de disputar o cinturão em 2017.
A volta de Anderson Silva
Depende se Anderson Silva quer voltar a lutar, mas a ideia é que ele lute no Brasil, como quase aconteceu em Curitiba. Anderson fez uma luta espetacular no UFC 200. Esperamos que ele volte a lutar aqui, porque sabemos o que ele representa para o mercado brasileiro. Gostaria de vê-lo lutar diante do seu povo mais uma vez. Tenho esperança que isso aconteça, mas depende dele.
Card dos sonhos no Brasil
Minha opinião pessoal? Não sei quem seriam os cinco principais, mas eu adoraria ver a revanche entre Anderson Silva e Vitor Belfort. Seria incrível para o UFC se eles quisessem fazer essa luta. No meu sonho, eu acho que esta seria a luta principal, e eu gostaria de ver mais algumas disputas de cinturão, como José Aldo voltando e lutando novamente pelo cinturão no Brasil contra Conor McGregor no peso-pena, ou contra o vencedor de Anthony Pettis e Max Holloway. Adoraríamos tê-lo de volta aqui. Há muitas opções de lutas a se fazer no Brasil. Estamos animados com o próximo ano. E ainda há lutadores que não se apresentam há algum tempo, como Cigano e Shogun. Esse ano tivemos um evento imenso em Curitiba, e depois as coisas ficaram um pouco calmas no Brasil, mas 2017 será um grande ano para nós.
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