Detran participa de encontro sobre valorização da vida no trânsito

Andrea Galvão, 46 anos, foi atropelada na porta de casa aos 13 anos, no bairro de Amaralina, em Salvador, e ficou tetraplégica. Hoje, ela vive em uma cadeira de rodas e apresenta problemas na fala. "Eu tenho sequelas, mas continuo viva para lutar contra os infratores", desabafou a vítima da violência no trânsito.

O depoimento marcou a abertura do 10° Congresso Brasileiro e 6° Internacional Trânsito e Vida, nesta quinta-feira (26), no São Salvador Hotéis e Convenções, na capital baiana. O evento, promovido pela Federação Nacional das Associações de Detran (Fenasdetran), com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA), tem como tema "Segurança e Mobilidade Urbana: Ações na Década foram Suficientes?" e segue até sexta-feira (27).

O diretor geral do Detran-BA, Lúcio Gomes, cobrou mais ação das instituições ligadas ao trânsito para melhorar a segurança viária  e destacou o Pró-Vítimas, programa do órgão que acolhe quem sofreu acidentes. "Precisamos fazer muito mais para acabar com a epidemia do trânsito, em um esforço conjunto entre todos os agentes envolvidos. Nosso programa oferece o apoio que as vítimas de acidentes e seus familiares necessitam, desde o carinho até o atendimento psicossocial e jurídico",  declarou o diretor.

O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Victor Pavariano, chamou a atenção para as estatísticas alarmantes. "As estatísticas continuam altas, com 1,3 milhão de pessoas morrendo por ano no mundo. Ainda não temos a solução, mas o caminho é um conjunto de medidas que devem se adaptar às realidades de cada país, momentos e locais específicos. A ideia é propor ações relacionadas à gestão da velocidade, infraestrutura, educação e tecnologia veicular".

Para o presidente da Fenasdetran, Mário Conceição, "em dez anos de debates, o  congresso se consolidou como um espaço rico em propostas pela valorização da vida no trânsito".