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<b>ENTENDA: recessão técnica é &#039;termômetro&#039;</b>

Economia

ENTENDA: recessão técnica é &#039;termômetro&#039;

Por: Sites da Web

Homem olha para anúncios de empregos no centro da cidade de São Paulo

 

O Brasil voltou a ter dois trimestres seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB): recuou 0,7% (dado revisado) de janeiro a março e 1,9%, de abril a junho. No "economês", esse fenômeno é chamado de recessão técnica.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe a possibilidade de recuperação no curto prazo com a recessão técnica. Mas o mercado prevê que o Brasil passe por uma retração prolongada e que vai se estender até o ano que vem.

A expectativa dos economistas dos bancos é que, no ano, a economia tenha uma retração de 2,06%, seguida por uma queda de 0,24% em 2016. Será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia, pela série do IBGE iniciada em 1948. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica.

O que significa quando um país entra em recessão técnica?
Na prática, ela serve como um termômetro para medir se a economia vai mal, explica o professor do departamento de economia da PUC-SP, Claudemir Galvani.

No entanto, nem sempre duas quedas seguidas do PIB mostram que o país está em crise ou que, necessariamente, produziu menos que nos períodos anteriores, explica o economista da LCA Investimentos, Francisco Pessoa.

O país pode ter ficado estagnado em um trimestre e encolhido 3% no seguinte, por exemplo, e estar em situação pior do que em uma recessão técnica com duas leves retrações. A recessão técnica indica que algo não vai bem, mas ela independe de haver reflexos diretos na economia.

O Brasil já esteve em recessão técnica?
Não é a primeira vez que isso ocorre. Também houve recessão técnica em 2009, 2007 e 1999, por exemplo.

Qual a diferença entre recessão real e recessão técnica?
Economistas consideram que a recessão real ou "profunda" independe de haver dois trimestres negativos. Quando a maioria dos indicadores econômicos – mercado de trabalho, atividade da indústria ou vendas no comércio, por exemplo – aponta quedas consistentes, já é possível concluir que a economia está num quadro recessivo, antes mesmo da divulgação do PIB pelo IBGE, explica o economista da FGV/IBRE Paulo Picchetti.

“É o conjunto da obra que determina uma recessão”, complementa Adriano Gomes, professor da ESPM e sócio-diretor da Méthode Consultoria. Para ele, os níveis de confiança dos empresários e do consumidor, que atingiram baixas históricas, são um termômetro da falta de perspectiva de uma recuperação (a chamada luz no fim do túnel).

O Brasil já está em recessão?
Um grupo de economistas da FGV, do qual Picchetti faz parte, divulgou em agosto um estudo mostrando que o Brasil entrou em recessão desde o segundo trimestre de 2014 – mesmo não registrando a chamada “recessão técnica” (dois trimestres seguidos de queda da economia).

Segundo o relatório, chegou ao fim, no primeiro trimestre do ano passado, um ciclo de 20 trimestres de expansão econômica, iniciado entre abril e junho de 2009. “Quando há uma queda generalizada do nível de atividade da economia, já podemos dizer que ela está em recessão”, explica o professor da FGV/IBRE.

Existe alguma diferença entre crise e recessão?
Para Picchetti, uma crise econômica não necessariamente significa que um país está em recessão, mas o contrário é sempre verdadeiro. "Crise pode ter um caráter mais temporário e menos estrutural e ser solucionada em um prazo relativamente curto. Já a recessão passa uma ideia de mudança de tendência de crescimento da economia com um caráter mais estrutural", explica.

Como um país sai de uma recessão?
O fim de uma recessão só é constatado quando existe um movimento consistente de retomada em todos os indicadores econômicos, segundo Picchetti. Dados como taxa de desemprego, vendas no comércio, produção industrial e outros precisam mostrar de forma clara e conjunta que estão em recuperação.

"Não adianta um trimestre de tímida recuperação na atividade da indústria para concluir que já reverteu essa tendência", diz o professor.
 

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