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Analfabetismo em crianças brasileiras duplica durante a pandemia, afirma UNICEF

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Analfabetismo em crianças brasileiras duplica durante a pandemia, afirma UNICEF

O levantamento detalhado analisa o acesso de crianças e adolescentes a diversos direitos fundamentais

Por: Camaçari Notícias

O Brasil enfrenta um aumento alarmante nas taxas de analfabetismo infantil durante a pandemia de Covid-19, de acordo com um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na última terça-feira (10). A pesquisa, intitulada "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil", baseia-se em dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento detalhado analisa o acesso de crianças e adolescentes a diversos direitos fundamentais, incluindo renda, educação, informação, água, saneamento e moradia. Santiago Varella, especialista em políticas sociais do UNICEF, enfatiza a importância de garantir esses direitos, afirmando que "os direitos das crianças são prioritários e todos são igualmente importantes".

De forma preocupante, o relatório sugere que a aprovação automática durante a pandemia pode ter impactado as estatísticas relativas à frequência escolar adequada. Além disso, os dados mostram um declínio na alfabetização, com o percentual de crianças de 7 anos que não sabem ler ou escrever aumentando de 20% para 40% entre 2019 e 2022. Um padrão semelhante foi observado em crianças de 8 e 9 anos de idade.

Além dos desafios gerais na educação, o estudo destaca desigualdades raciais. Em 2022, 15,1% das crianças brancas entre 7 e 10 anos foram classificadas como analfabetas, em comparação com 21,8% das crianças negras.

No entanto, há um vislumbre de esperança. Os dados indicam uma tendência de declínio no percentual de pessoas com até 17 anos de idade vivendo em privação. Santiago Varella enfatiza a necessidade de compreender a situação pós-pandêmica e de implementar medidas para garantir a recuperação educacional, afirmando: "É preciso um esforço concentrado para que esse passivo da pandemia não se prolongue".

O relatório também chama a atenção para disparidades regionais, com o Norte e o Nordeste apresentando os piores índices de privação entre crianças e adolescentes. No entanto, regiões como o Sul e o Sudeste, particularmente São Paulo e o Distrito Federal, mostram taxas mais promissoras.

O especialista do UNICEF conclui que o fechamento das escolas durante a pandemia teve um impacto direto nas taxas de alfabetização, uma vez que muitas crianças estavam em estágios cruciais de aprendizado. A necessidade de ação direcionada para combater esses desafios é evidente.

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