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Pesquisa revela que 70% das negras se sentem pressionadas a alisar o cabelo

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Pesquisa revela que 70% das negras se sentem pressionadas a alisar o cabelo

O número é fruto de uma pesquisa do Instituto Sumaúma e da agência RPretas, em parceria com a marca Seda.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Freepik

Apesar do notável crescimento no movimento de transição capilar, com mais mulheres negras assumindo as texturas naturais do cabelo, 70% delas ainda sentem pressão social para alisar os fios. O número é fruto de uma pesquisa do Instituto Sumaúma e da agência RPretas, em parceria com a marca Seda, que resultou no relatório Cabelos Sem Limites, Como Nós.

Foram entrevistadas 1.001 mulheres que se identificam como negras (pretas ou pardas), com cabelos cacheados ou crespos, dos 18 aos 50 anos. As participantes moram nas cidades de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Delas, 53% utiliza o cabelo natural, número que cresceu nos últimos anos, segundo o levantamento, motivado pelo avanço do movimento negro e pelo isolamento social da pandemia de Covid-19.

Em relação ao futuro, 90% das mulheres entrevistadas percebem o crescimento no movimento de transição capilar e quase 100% delas gostariam que a próxima geração tivesse mais liberdade na forma de usar o cabelo.

“A estética negra é muito rica em diversidade. Não somos exóticas, nem todas somos artistas, mas também doutoras, médicas, advogadas, professoras, designers, jornalistas, atletas… Portanto, é necessário desnaturalizar estereótipos e julgamentos pela cor da pele”, defende Ivy Guedes, doutora em Educação e Contemporaneidade, em entrevista ao Estadão.

A atual realidade, inclusive, afetou também o mercado de produtos de beleza, com o aumento na oferta de produtos específicos para cabelos crespos e cacheados. Ainda assim, a pesquisa identificou que a maioria das mulheres negras tem dificuldade em definir a curvatura do fio do próprio cabelo, muito por conta do apagamento causado pelo uso precoce de químicos para alisamento.

Apesar da maior facilidade em encontrar produtos, a maioria das mulheres negras não se sente atendida por produtos que oferecem “resultados de salão de beleza”. “O racismo está na estereotipia de que os negros têm cabelo ruim. É nesse campo que travamos nossas lutas por uma estética afirmativa”, reforça Ivy Guedes. Fonte: Alô Alô Bahia*

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