Presidente do Bahia revela ter criado falso noivado para evitar assumir homossexualidade

Emerson está em um relacionamento com o bailarino e jornalista Jordan Dafner desde o começo do ano. (Foto: reprodução/Instagram)

O ex-goleiro Emerson Ferretti, o primeiro presidente gay do Bahia e de um clube de futebol brasileiro, revelou em uma recente entrevista as dificuldades que enfrentou antes de tornar pública sua orientação sexual.

Em entrevista à TVE Bahia, Ferretti compartilhou que passou anos se escondendo para sobreviver no ambiente do futebol e se preservar. O ex-goleiro chegou a criar um noivado falso para evitar perguntas pessoais.

"Foi um processo extremamente solitário, desde a adolescência, quando comecei a perceber e entender minha sexualidade, sem poder conversar com ninguém. Nem com a família, nem com amigos, e muito menos no futebol. Foi realmente uma jornada solitária", relatou o atual presidente do Bahia.

Ferretti também mencionou que, ao longo de sua carreira, viveu com medo da homofobia: "Tive que esconder esse fato durante toda a minha trajetória, para me preservar, para proteger minha carreira, para sobreviver no meio do futebol. Consegui, tanto que joguei até onde achava necessário, até os 35 anos."

Por causa do receio do preconceito e das pressões sociais, Emerson confessou que chegou a mentir, dizendo a algumas pessoas que estava noivo.

"Era uma narrativa que, em algumas situações, se fazia necessária, devido à grande pressão social sobre namoro, casamento e a presença de uma mulher ao lado. Infelizmente, precisávamos recorrer a esse discurso, era uma das formas que encontramos para nos proteger", concluiu.

Atualmente, Emerson está em um relacionamento com o bailarino e jornalista Jordan Dafner, com quem começou a namorar no início do ano. No último domingo, os dois foram vistos torcendo pelo Bahia durante o Clássico Ba-Vi, e o momento foi compartilhado por Dafner nas redes sociais.

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