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Emissora Record deverá pagar indenização por danos morais a vítima de enchente em São Paulo.
Por Camaçari Notícias
A Record foi condenada pela Justiça a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais após uma repórter ofender uma vítima de enchente durante uma transmissão ao vivo. O caso ocorreu em 2023, na Região Metropolitana de São Paulo, e gerou grande repercussão nas redes sociais.
Na ocasião, a emissora transmitia ao vivo os danos causados pelas enchentes em um estabelecimento, quando o empresário, que tentava limpar o local, pediu para não ser filmado. Mesmo com o pedido, a Record insistiu, e o empresário, irritado, passou a jogar água e lama com um rodo na direção da repórter.
Indignada com as reclamações e atitudes do empresário, a jornalista proferiu um xingamento de baixo calão. Em decorrência disso, a emissora foi condenada a pagar R$ 20 mil ao proprietário de um estabelecimento de conserto de celulares, ofendido pela repórter Marcela Munhoz e pelo apresentador Eleandro Passaia, do programa Balanço Geral. As informações são do colunista Rogério Gentile, do Uol.
Na sentença, a juíza Melina de Medeiros Ros afirmou que é possível ver nas imagens das câmeras de segurança que a repórter fez gestos correspondentes ao xingamento, além de usar gestos labiais para expressá-lo, sem, no entanto, emitir o som.
Além disso, tanto a repórter quanto o apresentador foram condenados. Durante a reportagem, o apresentador, que estava no estúdio, também ofendeu o empresário, chamando-o de "ignorante", "estúpido", "covarde" e "machão". A juíza destacou que a emissora cometeu um ato ilícito ao veicular imagens do empresário contra a sua vontade e, posteriormente, proferir ofensas em rede nacional.
A Record e os jornalistas podem recorrer da decisão. Em sua defesa, afirmam que a reportagem tinha como objetivo divulgar os estragos causados pelas enchentes e que em momento algum ultrapassaram os limites da liberdade de informação.
A emissora argumentou que o empresário, "nervoso com a situação", agiu de forma agressiva ao jogar lama nos pés da repórter, que, em resposta, pediu respeito e afirmou que estava ali apenas cumprindo seu trabalho.
Por fim, a advogada Ana Paula Poli, que representa a emissora e os jornalistas, afirmou que as imagens de segurança não comprovam o alegado "ato obsceno", pois não há imagens nem áudio que corroborem os gestos ou comentários impróprios. Ela também afirmou que a reportagem tratou das enchentes sem invadir a intimidade do autor do processo, garantindo que não houve leviandade.
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